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Vale a pena usar uma Fujifilm X-T1 em 2019?

Será que usar uma Fujifilm X-T1 em 2019 ainda faz sentido? Quando a empresa japonesa lançou em 2016 a sucessora X-T2, atualizando para 24 Megapixels a resolução do sensor, eu fiz essa mesma pergunta.

Em outubro daquele ano escrevi um artigo sobre se ainda valeria a pena comprar uma X-T1 depois do novo lançamento.

A partir daí muita coisa aconteceu e o modelo atual da linha já é a Fujifilm X-T3, também de 24 Megapixels.

Durante esses anos as mudanças foram grandes entre as gerações dessa linha profissional de câmeras mirrorless da Fufjifilm. No entanto o design praticamente é o mesmo. O sensor, apesar de algumas modificações, ainda tem a mesma tecnologia X-Trans tão amada (e odiada) por alguns.

Fujifilm X-T1 em 2019
Ainda hoje a Fujifilm X-T1 chama a atenção

Apesar de atualmente usar câmeras mais avançadas e com mais resolução, ainda mantenho minha velha X-T1 com carinho e zelo, hehehe. E ainda uso a câmera de vez em quando, conseguindo ótimos resultados.

Eu não pretendo vendê-la… Mas me espanta que no mercado de usados este modelo, lançado em 2014, não tenha perdido tanto valor assim.

Bem, foi pensando nisso que me veio uma pergunta na mente: ainda vale a pena usar, e até comprar, uma Fujifilm X-T1 em 2019?

Qualidade de imagem

Do ponto de vista de “IQ” (Image Quality, como diriam os Americanos) a X-T1 não fica muito a dever a suas versões mais novas.

O sensor tem a mesma tecnologia X-Trans patenteada pela Fujifilm e uma boa parte dos mesmos filtros de simulação de filmes analógicos da empresa.

Tirei essa foto do Espigão da Paulista com minha Fuji X-T1, lente 18-55mm e filtro High Key

A sensibilidade ISO máxima é menor que a da X-T2. Na X-T1 ela é de 200-6400 em RAW e 100-51200 em JPEG. É bom lembrar no entanto que a produção de ruídos já era muito bem controlada. Mesmo esse sensor mais antigo permitia o uso de ISO 6400 em RAW sem problemas.

Ah, e não posso esquecer do alcance dinâmico da X-T1, que já era comparável ao de uma câmera com sensor Full Frame.

Hardware

Apesar das novas versões da câmera (principalmente a X-T3) terem muito mais capacidade de processamento, a X-T1 não passa tanta vergonha assim.

No entanto ela tem muitos pontos fracos, que podem fazer com que ela sirva para você ou não.

O Foco Automático da X-T1, apesar de ter melhorado muito com as atualizações de firmware, não é “uma Brastemp”, hehehe. As vezes, dependendo da lente utilizada, você acaba perdendo o ponto de foco da cena. Esse é o caso quando se utiliza uma lente muito aberta, por exemplo. De qualquer maneira essa foi uma das reclamações que fizeram a Fufjifilm lançar a sucessora X-T2, e principalmente a X-T3, que conta com Foco Automático aprimorado.

Fujifilm X-T1 em 2019
Fujifilm X-T1 com adaptador para lente Canon, uma das vantagens das mirrorless

Outro problema grave é a gravação de vídeos. A Fujifilm X-T1 não foi feita para cineastas. Digamos que essa função da câmera existe mais para ser usada em emergências. A implementação da função vídeo na X-T1 era tão simplificada que colocou dúvidas sobre sua capacidade. Será que o sensor X-Trans poderia funcionar por longos períodos captando vídeo?

Hoje, com a X-T3 e seus recursos avançados de gravação, já se sabe que o problema era mais por causa do foco de mercado do equipamento. A X-T1 era uma câmera voltada para o fotógrafo de “stills” mesmo…

De resto a câmera é bem robusta e aguenta firme muitas situações. A bateria não tem muita autonomia, mas você sempre pode levar um conjunto adicional, pois ela é leve e fácil de trocar.

Sentido econômico

Muitos fotógrafos pensam só no valor do corpo da câmera quando fazem um investimento em equipamento. O problema é que este tipo de câmera só dá o melhor de si quando acoplada a lentes de boa qualidade.

As lentes da Fujifilm, mesmo as mais simples, são de ótima qualidade e portanto de preço mais alto. Tem muita gente que acha que vale mais a pena comprar lentes mais sofisticadas do que atualizar o corpo da câmera para uma versão mais moderna.

Fujifilm X-T1 em 2019
A lente zoom que vem no kit da Fujifilm X-T1 é de ótima qualidade

Uma coisa interessante no ecosistema de câmeras da Fufjifilm é que, até agora, todos os novos lançamentos de objetivas são compatíveis com a X-T1. E a empresa tem se comprometido com o lançamento de atualizações de firmware. Isso acontece mesmo para seus modelos mais antigos de câmera. Na medida do possível, e da capacidade do hardware, a Fujifilm tem mantido essas câmeras funcionais por mais tempo do que a concorrência.

O sentido de uma Fujifilm X-T1 em 2019

Eu conheço muita gente que ainda utiliza câmeras digitais e analógicas antigas em trabalhos criativos de fotografia. Já para quem vai fotografar profissionalmente faz mais sentido ter uma câmera atualizada. Mas mesmo assim é preciso fazer um balanço da relação entre custo e benefício para usar um Fujifilm X-T1 em 2019.

Por exemplo, se você não vai fazer grandes impressões de imagem para quê ter muita resolução?

Eu lembro que um conhecido comentarista fotográfico dizia que ninguém precisa de mais do que 6 Megapixels, hehehe.

Fujifilm X-T3
Se você está podendo, compre a mais atual X-T3

Eu mesmo acabei de fazer uma impressão de uma imagem de 40×60 cm com uma foto de 8 Megapixels de um smartphone. Ficou espetacular, modéstia à parte…

Então sendo bem direto, meu conselho. Se você tem dinheiro sobrando e quer ter uma câmera da linha X-T da Fujifilm, compre uma X-T3. Eu dou o maior apoio e vai ser um investimento que vai durar anos.

Agora se você está (como sempre) curto de grana, invista em uma X-T1 (ou até mesmo outra câmera anterior da linha X) e compre lentes e baterias sobressalentes.

De qualquer maneira seria interessante testar antes esses equipamentos. Se você nunca utilizou uma câmera Fufjifilm X, o teste serve para ver se você se sente confortável com seu uso e se gosta da qualidade de imagem.

Tem gente que não gosta! Dizem que as cores da Fufjifilm são muito irreais. Eu já acho que está mais para uma coisa meio retrô, hehehe. Boa sorte nas escolhas!

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