Os grãos do filme podem ser simulados?
Os fotógrafos mais velhos as vezes tem saudade do “look” que os grãos do filme analógicos tem. Um desses saudosistas é Bill Lawson.
Em seu canal do Youtube ele publicou um vídeo comparando o resultado estético desses grãos em filmes convencionais e o produzido artificialmente no Abobe Lightroom.
Diz ele que, “Na minha busca incessante por aquele olhar fotográfico “especial” que me diferencia da concorrência, descobri recentemente que a superexposição de filmes aumenta a granulação e adiciona um visual pictórico vintage às minhas imagens. Então eu queria explorar esse olhar ainda mais. Para esse fim, queria descobrir se esse grão de filme pode ser copiado no mundo digital usando o Adobe Lightroom.”.
Se você gosta de Lomografia, essa é uma grande questão. Já a minha experiência diz que é melhor usar alguns dos vários plug-ins especializados em simular filmes convencionais em imagens digitais, como os da DxO ou da On1.
Mesmo assim é muito interessante ver a experiência que ele produziu. Do lado analógico ele usou um filme Kodak T-Max 100 numa câmera Nikon N90s. Essa era uma câmera SLR de 35mm muito conhecida, fabricada entre 1992 e 2001.
Do lado digital ele usou uma Nikon D750 configurada para ISO 100. Isso equipararia a sensibilidade dos dois meios, filme e digital. Além do mais garantiria a produção de imagens digitais limpas e livres de ruído. O efeito de grãos seria produzido exclusivamente no Adobe Lightroom.
As conclusões
Segundo Lawson, o grão de filme do T-Max 100 ligeiramente superexposto (até 7 stops) parece muito fácil de copiar no Lightroom. Mas se você levar o filme à superexposição extrema o Lightroom não conseguirá copiá-lo.
Ele acredita que o grão do T-Max extremamente sobreexposto tem uma aleatoriedade tão grande em tamanho, contraste e estrutura que não é possível simula-lo no computador. Lawson diz ainda que provavelmente o maior obstáculo foi a suavidade e o contraste da estrutura de grãos deste filme.
Eu sinceramente não vou tão longe nessa análise, mas uma coisa é certa: a imagem digital, mesmo com grãos e outros truques aplicados, e sempre mais definida.
Essa nitidez ou “dureza” da imagem digital parece já ter contaminado a forma como as novas gerações entendem uma fotografia. Se ela não estiver num “padrão HD” para cima, uma imagem não é mais considerada boa. E não há “conceito” que dê jeito nisso, hehehe.
Pense nisso, afinal de contas essa coisa da “cara” que uma imagem tem, ou deve ter, é coisa de gosto pessoal mesmo…
Obs.: O vídeo está em inglês, mas como sempre indicamos você pode ativar as legendas automáticas em Português. Elas podem ser de muita ajuda para quem não domina essa língua. Note porém que alguns termos técnicos não são bem traduzidos.