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Feliz Natal e Próspero Ano Novo

Pois é, mais um Natal e um novo ano pela frente. As coisas estiveram muito tensas em 2019, para todo mundo.

Quem acompanhou este blog percebeu que o mercado de câmeras fotográficas no mundo entrou em pânico quando descobriu que a tal “guerra das Mirrorless” não deu o resultado esperado.

A tentativa de “obrigar” fotógrafos amadores e profissionais a adotar as novas câmeras sem espelho com sensor Full Frame e novas montagens de lente deixou todo mundo desconfiado. O maior problema era (e ainda é) que o preço das novas câmeras foi lançado para um patamar muito alto, mesmo para quem pensa em dólar.

São Paulo
Em 2019 não consegui fotografar nada assim. Betoneira decorada para o Natal em São Paulo – Ricardo Hage, 2018

Eu me lembro de quando em 2013 a Fujifilm lançou uma câmera “isca” para seu novo sistema X de câmeras Mirrorless. A Fujifilm X-M1 era uma câmera bonita e bem mais barata que as outras câmeras da linha. No entanto ela continha o mesmo sensor e qualidade de imagem de suas irmãs mais caras. Eu mesmo comprei um exemplar em promoção no BlackFriday e não parei mais de fotografar com ela. A coitada quase desmontou, hehehe.

No final das contas perdi o medo das mirrorless da Fujifilm e acabei investindo em equipamentos mais caros da mesma linha. Sinceramente, se não fosse pela oportunidade (e preço) da X-M1 talvez eu nunca tivesse criado coragem para comprar nada daquele sistema.

E neste ano?

No caso das atuais Mirrorless Fullframe lançadas em 2019, somente a Canon lançou algo que poderíamos chamar de Chamariz. É o caso da Canon RP, mas mesmo assim considero seu preço de US$ 1.000,00 dólares só o corpo meio alto para o que a câmera oferece. Só por que ela tem sensor Full Frame não significa que ela seja melhor do que uma câmera DSLR intermediária da própria Canon. Sei lá…

Canon EOS RP
Canon EOS RP

No caso das Mirrorless com sensor APS-C (cropado) uma isca que a Nikon lançou no mercado foi a câmera Z50. No entanto a nova câmera é cara em relação a equivalentes da concorrência (cerca de US$ 860,00 dólares o corpo) e foi muito criticada pelos seus aspectos técnicos. A Nikon lançou até mesmo um programa em que você pode comprar a câmera e devolvê-la em 30 dias se não gostar… Ainda estou esperando pelas reações dos consumidores internacionais.

Nikon Z50
Nikon Z50 com nova lente DX para Z-mount

No entanto nem tudo foi ruim. Nunca se fotografou tanto na história da humanidade, hehehe. E isso é mérito (ou culpa) dos smartphones e suas câmeras inteligentes.

A nova fotografia

Pois é, um fotógrafo treinado e experiente sabe diferenciar uma foto obtida com um equipamento tradicional de outra, captada com um smartphone. Essas imagens tem o que chamo de “qualidades” diferentes.

É interessante como o hardware e os aplicativos de câmera dos smartphones evoluíram neste ano, mas não para se tornarem clones das câmeras convencionais. No smartphone a imagem virou outra coisa!

fotos de Fim de Ano
Graças aos smartphones nunca se fotografou tanto…

O uso de Inteligência Artificial e Fotografia Computacional, aliado ao fato de que na maior parte das vezes essas imagem são vistas apenas na próprias telas dos smartphones, permitiu que os fabricantes inovassem. Agora os smartphones produzem a imagem que o usuário quer ver e não exatamente aquilo que está sendo visto. É quase como se a foto fosse redesenhada, como um animê!

iPhone 11 Pro
Exemplo de retrato em Preto e Branco do iPhone 11 Pro

O desfoque de fundo é agora gerado por software e não pela física que rege o comportamento da luz em uma lente. O balanço de cor é regido por uma “tendência de estilo” e não pela melhor reprodução da cor vista por nossos olhos. A edição da imagem é feita ao mesmo tempo em que ela é obtida, adicionando elementos gráficos de todos os tipos e gostos. E isso sem contar o compartilhamento instantâneo nas redes sociais, coisa que mesmo câmeras tradicionais conectadas nunca conseguiram oferecer com facilidade.

O mercado migrando…

O engraçado é que os smartphones de ponta atualmente custam quase a mesma coisa que muitas câmeras digitais DSLRs ou Mirrorless de excelente qualidade! No Brasil chegam a custar mais caro, até…

Isso demonstra que a fotografia como área de expressão humana continua viva, firme e forte como nunca. Mas continua porquê mudou e se adaptou aos novos tempos.

O fotógrafo tradicional também está se adaptando. Anos atrás, quando as primeiras câmeras fotográficas híbridas (vídeo e foto) surgiram, os fotógrafos se adaptaram. Em breve eles aprenderam a filmar e editar vídeos sem a necessidade de trabalhar com equipes paralelas de filmagem.

Isso aumentou o trabalho para o profissional mas permitiu que um fotografo menos capitalizado oferecesse o mesmo serviço que grandes empresas de cobertura fotográfica de eventos. Aliás, essas empresas nunca sofreram tanta concorrência…

fotografar o Fim de Ano

É por isso que você, fotógrafo amador ou profissional, não deve perder a esperança nesse novo ano que se inicia. Tudo sempre muda e você também vai mudar, portanto faça força que seja para melhor!

Nossa, como é difícil dizer isso… Eu sou naturalmente sempre pessimista, hehehe.

Mas eu não vou ficar aqui anunciando o Apocalipse Fotográfico. Feliz Natal e Próspero Ano Novo, e fiquem tranquilos que se o mundo acabar eu aviso por aqui, hehehe!

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