9 verdades sobre a fotografia e equipamentos fotográficos

Na hora de escolher os equipamentos fotográficos que você vai comprar é sempre bom dar uma olhada antes nos blogs como o meu e no YouTube. Assim é possível escolher melhor, certo?

Talvez a coisa não seja tão fácil quanto parece… Num recente artigo o fotógrafo Michael Comeau listou 9 “verdades” que você precisa saber sobre a fotografia. Só assim você vai poder analisar tanta informação de maneira mais confiável.

Analisando equipamentos fotográficos

Eu achei os argumentos sobre “as dicas” bastante interessantes, então resolvi comentá-las um pouco. Vamos ver?

1 – Não confie em comentaristas de câmeras

Morri de rir dessa dica. Michael Comeau disse que aqui o problema não é só o patrocínio que os analistas podem estar recebendo. Ele fala que o maior problema é uma coisa que poderíamos traduzir como “viés de confirmação”.

E o que seria isso? Esse termo se refere a nossa tendência em buscar e interpretar informações de uma maneira que confirme nossas crenças pré-existentes. É por isso que as pessoas leem avaliações de equipamentos que já possuem. Eles querem justificar suas compras.

Nossa, é verdade, eu mesmo já fiz isso. Segundo Comeau, “Se uma pessoa gastou US$ 20.000 dólares em equipamentos novos da Nikon, ela não vai procurar argumentos que confirmem que ela cometeu um erro. O analista vai confirmar seu viés preexistente em relação à marca Nikon. Portanto, o revisor “honesto” que compra o equipamento de seu próprio bolso pode ser menos confiável (que um analista patrocinado)!”

Depois dessa só faço análise de equipamentos “doados” pelo fabricante, hehehe!

2 – É impossível evitar ser obcecado por equipamentos

Aqui o fotógrafo diz que existe muita confusão entre Youtubers e Bloggers. Uma hora eles dizem que o equipamento fotográfico não importa para se fotografar bem, o que importa é o fotógrafo. Depois, dizem o contrário, louvando as maravilhas de um novo lançamento de câmera no mercado.

Ele diz que não devemos nos culpar por querer comprar equipamento novo, pois é divertido brincar com câmeras novas. Além disso, no mundo só se fala em “compre, compre, compre”.

Para ele é importante apenas que você “faça o seu melhor para comprar o que você precisa ao invés do que você deseja”.

3 – Equipamento certo para foto certa

Segundo Comeau, você não precisa de câmeras muito boas para fazer ótimas fotos, mas precisa do equipamento específico para conseguir determinado tipo de foto.

Ele diz que no começo da carreira, usando uma Canon Rebel, pensava que precisava de uma câmera profissional, como a Canon 5D Mark II. Mas quanto mais ele desenvolvia suas habilidades, menos ele sentia essa necessidade.

Mas as vezes é preciso equipamento especializado, e mais caro. Como fazer close-ups de características faciais (como olhos ou boca) sem o uso de lentes macro específicas, diz ele?

E eu digo mais, só consegui fotografar o céu estrelado com o uso de câmeras com sensores avançados e lentes muito luminosas, o que é caro e restrito para fotógrafos amadores…

Ou seja, segundo ele as vezes é preciso investir dinheiro para conseguir um determinado tipo de foto.

4 – Deixe de ser obcecado por marcas de câmeras

Essa dica é no mínimo engraçada. Aqui o fotógrafo usa uma fonte que eu já divulguei por aqui anteriormente.

É o vídeo em que Tony Northrup mostra como numa pesquisa fotógrafos não conseguiam perceber a diferença entre as cores produzidas por câmeras Sony, Fuji, Nikon e Canon.

E também cita uma pesquisa do site Fstoppers que descobriu que “… estatisticamente ninguém poderia adivinhar com exatidão qual câmera produziria qual imagem”. Nessa pesquisa, até quem “chutou” o resultado poderia ter acertado a relação entre câmera e imagem produzida, tal o nível de erros.

Ele diz que o melhor, ao invés de ser fã de uma marca, é concentrar-se nas suas preferências quanto ao tamanho do sensor, ergonomia da câmera, oferta de lentes para o sistema, tamanho e peso, durabilidade, etc.

Bom, isso é verdade. Agora, que eu ainda tenho minhas preferências eu tenho, hehehe…

5 – Se tem dúvidas, você não precisa

Essa é uma dica que serve para tudo na vida. Se você tem dúvidas sobre a necessidade de comprar ou não um equipamento, é porquê você não precisa!

Veja o exemplo de Michael Comeau. Ele fala que se você precisa perguntar se deve comprar uma caríssima câmera digital de médio formato, provavelmente é por quê não precisa. O mesmo vale para câmeras com “centenas” de Megapixels, objetivas zoom super luminosas com abertura f/2.8 ou lentes macro dedicadas.

Agora se a sua certeza é absoluta, e você não sente nem mesmo a necessidade de consultar “seu/sua/trans” cônjuge (tempos difícieis, hehehe…), coloque seu casamento em risco!

6 – Compre equipamento bom de segunda mão

Comeau é um grande fã da opção de comprar equipamentos fotográficos usados, especialmente se é algo que não tem eletrônicos. Ele fala de coisas como tripés, suportes de luz, guarda-chuvas, equipamentos de apoio e modificadores como os softboxes.

Segundo ele é fácil saber em que estado de conservação esses itens estão e as pessoas costumam vendê-los as vezes por preços baixos, pelo menos no exterior. Aliás, este é o tipo de equipamento que pode durar décadas se você comprar as melhores marcas.

Quanto a câmeras digitiais, ele não diz nada, mas realmente é algo mais complicado. Eu posso falar o seguinte: compre de lojistas estabelecidos, que podem dar alguma garantia.

Agora se o equipamento estiver muito barato, converse um pouco com o vendedor, principalmente se for através da internet. Assim você não corre o risco de comprar algo com defeito, ou pior ainda, roubado!

7 – Repare melhor em como você realmente usa seu equipamento

O fotógrafo reparou no seguinte… Segundo ele, “Adoro fazer longas caminhadas pela cidade de Nova York, mesmo com chuva forte ou neve, mas você sabe o que eu nunca vejo pelas ruas quando está chovendo ou nevando? Fotógrafos usando corpos de câmera à prova de intempéries!”

O que ele quer dizer é que está cheio de fotógrafos com câmeras profissionais mais caras que não as usam para as situações para as quais elas foram projetadas.

É como comprar uma câmera para esportes radicais e nunca andar nem de bicicleta, hehehe. Acho que é o meu caso…

A dica aqui é ter uma visão realista de como você usa seus equipamentos fotográficos. Você precisa de uma câmera que possa sobreviver a um mergulho na lava derretida? Você realmente precisa de um “grip” de bateria extra numa Canon Rebel? (Coitadas dessas câmeras de entrada…) Você realmente precisa de um flash robotizado se estiver fotografando retratos de família em sua sala de estar?

8 – Se está muito caro, você não é o público-alvo

Morri de rir dessa dica. Comeau fala que não existe nada muito caro. Existem apenas diferentes percepções de valor.

Esse é o caso da Leica. Segundo ele essa marca de equipamentos fotográficos não é para pessoas que comparam recursos e benefícios em uma planilha de custos. É para pessoas que querem sentir a “vibe” do ponto vermelho (o logotipo Red Dot da Leica) a qualquer custo. É o mesmo que querem os compradores de jóias com caixa azul da Tiffany . O preço alto é na verdade um “recurso”.

E ele cita o guru do marketing Seth Godin: “Quando um bem (de luxo) como esse (e também pode ser um serviço) chega ao mercado, ele às vezes transcende a questão do valor e entra em um novo reino, o dos bens escassos e da prova social. O valor, ironicamente, vem da falta de um valor (concreto)”.

Chique, né?

9 – Ignore a primeira geração de qualquer nova câmera

Essa dica é importantíssima para os “early adopters”, aqueles caras que adotam qualquer equipamento que acabou de ser lançado.

Segundo o fotógrafo, nunca se apresse em comprar um novo sistema fotográfico só porque é novo. Deixe os outros fotógrafos serem as cobaias do mercado. Tempos depois escolha a segunda ou terceira geração do equipamento que você quer. Até lá os problemas de projeto terão sido resolvidos.

Realmente posso dizer que nunca vi um primeiro lançamento de câmeras, ou mesmo de lentes, que não despertasse dúvidas no mercado.

Esse é o caso das novas câmeras Mirrorless da Canon, Nikon e mesmo Panasonic. E eu mesmo já entrei pelo cano comprando uma câmera que era praticamente experimental. Se ainda fossem equipamentos baratos…

E a gente com isso?

No Brasil equipamentos fotográficos são no mínimo caros, quando não escassos. É difícil achar determinadas marcas e tem gente que nem sabe que existem outros fabricantes de câmeras além da Canon.

É verdade, vira e mexe pergunto sobre isso para fotógrafos mais novos e monoglotas, hehehe.

É por isso que achei essas dicas de Michael Comeau importantes. Podem economizar tempo, dinheiro e frustração para qualquer um que esteja interessado em fotografia.

Aproveitem!