Câmeras

A pior câmera de vídeo do mundo

Pois é, a pior câmera de vídeo já lançada no mercado acaba de ser analisada pelo canal Fstoppers. Eu sei que isso parece engraçado mas o apresentador Lee Morris chegou mesmo a perguntar para os fabricantes da câmera se eles tinham certeza se queriam que a análise fosse publicada. E eles deram Ok!

Vamos explicar a história. A Eyemore S1 é uma câmera dedicada para vídeo que utliza sensor e montagem de lentes no formato M4/3 (Micro Four Thirds) como as câmeras da Olympus e Panasonic.

Todo o controle da câmera é feito por um aplicativo para smartphone, que aliás fica anexado a um suporte por cima da câmera. O foco do projeto da Eyemore S1, segundo o fabricante, é produzir imagens de alta qualidade mesmo em baixas condições de iluminação e alta sensibilidade ISO.

pior câmera de vídeo
O acabamento da Eyemore S1 é muito bom, mas a qualidade do vídeo…

Além disso a montagem de lentes M4/3 permite o uso de objetivas de alta qualidade de outras montagens diferentes, com o uso de adaptadores.

A câmera custa cerca de US$ 1.000,00 dólares, o que seria competitivo com as câmeras híbridas (voltadas para fotografia e vídeo) mirrorless que já existem no mercado.

Bem, a análise que o canal Fstoppers fez da câmera chega a ser engraçado de tão surpreendente. Eles pensaram até que o equipamento tinha algum defeito…

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Lee Morris dando seu veredito sobre a câmera

Analisando a pior câmera de vídeo

Vejamos as descobertas reveladas na análise:

  • A câmera do smartphone usado para controlar a Eyemore S1 produz vídeo de melhor qualidade que o novo equipamento;
  • Em ambientes muito escuros a Eyemore S1 capta bastante detalhe mas o vídeo fica tão ruim que não dá para ser utilizado;
  • Usando o sistema de captura em HDR (High Dynamic Range) as sombras da imagem são recuperadas mas a produção de ruído é muito alta, também inviabilizando o uso do vídeo;
  • O aplicativo para smartphone é feito para mostrar a imagem gravada na horizontal, mas mostra os controles na vertical;
  • Alguns controles do aplicativo não foram traduzidos do Chinês, língua original do software.
  • Todos os vídeos capturados são transferidos e armazenados na câmera o que exige muita memória, e só podem ser transferidos individualmente, não em grupo numa única ação.
  • Existe um slot para uso de cartão SD mas não existe um controle para acionar a gravação de vídeo nessa memória externa. Parece ser apenas um encaixe cosmético.
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A comparação publicada no vídeo promocional da câmera não parece real

Um Crowdfunding com problemas

Na realidade a Eyemore S1 é mais um produto de “crowdfunding”, aquele processo onde alguém tem uma idéia e procura pessoas que se cotizem para bancá-lo. Vários desses projetos tem dado errado, como a nova câmera digital Yashica.

No entanto é bom lembrar que outros projetos desse tipo dão certo e são muito bem recebidos. Esse é o caso do I’m Back, um “filme digital” projetado por um brasileiro já à venda no exterior.

Voltando ao assunto, segundo Lee Morris a Eyemore S1 “é apenas mais um exemplo de um falso produto crowdfunded. É fácil fazer um belo vídeo promocional cheio de especificações exageradas para animar as pessoas, mas esses produtos que parecem bons demais para ser verdade quase sempre o são. É difícil inventar um produto e trazê-lo ao mercado, mas é ainda mais difícil criar uma câmera que possa competir com marcas que estão na indústria há décadas.”

Bem, fica o aviso, hehehe. Se você quer conhecer a nova Eyemore S1 veja o vídeo do canal Fstoppers. Você vai se divertir!

Obs.: O vídeo está em inglês, mas como sempre indicamos você pode ativar as legendas automáticas em Português, elas podem ser de muita ajuda para quem não domina essa língua. Note porém que alguns termos técnicos não são bem traduzidos.

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