Câmeras

A Fujifilm está trabalhando para manter sua identidade

Uma entrevista divulgada recentemente deixou bem claro que a Fujifilm não pretende apenas fabricar câmeras e lentes de qualidade, mas que quer ser vista como uma empresa de equipamentos únicos no mercado fotográfico.

Foi isso que os executivos da Fujifilm disseram ao site Dpreview.com durante o evento CP+ 2018, na cidade de Yokohama no Japão.

A empresa é conhecida pela sua linha de câmeras Mirrorless lançada a cerca de 6 anos, e que encanta muitos fotógrafos amadores e profissionais mundo afora.



A linha X, como é chamada a linha de câmeras da Fujifilm, conta com o sensor X-Trans que é conhecido pela nitidez das imagens que produz, e com uma linha de 30 lentes de altíssima qualidade.

Os entrevistados foram Shin Udono, Gerente Sênior do Grupo de Vendas e Marketing; Toshihisa Iida, Gerente Geral de Dispositivos Ópticos e Produtos de Imagem Eletrônica; e Makoto Oishi, Gerente do Grupo de Vendas e Marketing.

O site Fujirumors.com resumiuo os pontos principais da entrevista então vamos dar uma olhada:

 

Sobre a Fufjifilm GFX 50S

Câmera de médio formato Fujifilm GFX 50s

A GFX 50s é uma câmera mirrorless com sensor Fufulframe. Segundo os executivos foram vendidas mais câmeras do que era planejado ou esperado. Afirmam que foram vendidas muitas lentes também, coisa que achavam que não seria conseguido logo em seguida ao lançamento. Um detalhe importante é que eles não imaginaram que tantos amadores comprariam um sistema fotográfico tão caro. Dizem eles que “Segundo nossa pesquisa, 80% dos usuários são não profissionais e 20% são profissionais. Isso foi uma surpresa.” Confesso que eu também achei surpreendente…



Outro dado importante é a quantidade de adaptadores de lentes de outras marcas e encaixes que foram lançados no mercado. Atualmente são mais de 100 produtos desse tipo para 28 encaixes diferentes de lentes, ou seja, dá para usar a sua coleção completa de lentes Canon na Fufjifilm GFX 50S (provavelmente em modo manual).

Ainda segundo os executivos, agora eles estão voltados para o desenvolvimento de lentes fixas (prime) para o sistema, mas sabem que o público ainda tem interesse por lentes do tipo zoom.

 

Sobre as Fujifilm X-H1 and X-E3

Fujifilm X-H1

Os novos lançamentos da linha com sensor APS-C da Fujifilm também foram alvo de perguntas. Segundo os executivos os clientes pediram por empunhaduras maiores e câmeras mais fáceis de serem manipuladas. Isso foi respeitado no design da Fujifilm X-H1.

Já na Fujifilm X-E3, que é voltada para outro público, o conceito foi diferente: “Nós dissemos “esta é uma câmera minimalista”. Menos é mais. Uma razão para isso é que cada fotógrafo, cada cliente, requer um estilo diferente de câmera.”

Fujifilm X-E3 com novo flash acoplável

 

Sobre sensores APS-C e de Médio Formato

Nesse caso os executivos parecem confortáveis com as escolhas que fizeram. Não há menção, por exemplo, de uma câmera da Linha X com sensor Fulframe. Segundo eles, “Achamos que o APS-C é um bom formato para proporcionar o melhor equilíbrio entre tamanho, velocidade e qualidade de imagem, além de que agora temos a linha GFX para uma qualidade ainda maior.

 

Sobre as entrada da Canon e Nikon no mercado de Mirrorless Fulframe

divulguei aqui os rumores sobre essas tradicionais empresas do mercado de câmeras DSLR desenvolvendo câmeras Mirrorless com sensor Fulframe, atual sucesso de mercado da Sony. A Dpreview não deixou essa questão de fora e os executivos responderam dessa maneira: “Nossa resposta será sempre de que sejam “bem-vindos”, porque a entrada dessas marcas fortes no mercado aumenta a percepção geral da tecnologia “sem espelho”, e isso é bom para toda a indústria. […] Veremos mais concorrência com a Canon, a Nikon e a Sony, mas trabalharemos arduamente para manter nossa singularidade em design e usabilidade; É bom lembrar que nos diferenciamos muito por nossos controles analógicos nas câmeras. E, claro, precisamos continuar inovando também em nossos equipamentos, melhorando o sensor, o processador e também introduzindo novas lentes.

 

Sobre o Mercado Asiático e o mercado Americano

Nisso os executivos confirmam o que já se sabe. A Fujifilm focou nos Estados Unidos a porção superior do mercado, com equipamentos mais sofisticados e caros.

Isso já não acontece na Asia, segundo eles: “Se você olhar para o mercado asiático vai perceber que nossas câmeras da linha X-A (câmeras de entrada com sensor convencional) são equipamentos mirrorless realmente populares. Na Tailândia, nossa participação no mercado de mirrorless é de mais de 40%. […] Esses clientes estão acostumados com smartphones e estão migrando para nossas câmeras.



E eu com isso?

Eu realmente me senti pobre ao saber que as vendas da linha GFX 50S surpreenderam e que foram os amadores seus maiores compradores, afinal o custo básico desse sistema (câmera e uma lente) é de cerca de US$ 7.000,00 dólares. Impressionante…

Já as outras questões são conhecidas e são todas embasadas no compromisso que a Fujifilm tem em ser diferente das outras marcas. Isso é verdade, pois detalhes como os botões analógicos, que permitem que se façam ajustes mesmo com a câmera desligada, e os filtros de simulação de cor dos filmes da própria empresa, fazem toda a diferença. Ah, e tem essa coisa do estilo retrô, que encanta!

A única coisa que irritava nos equipamentos da Fujifilm era o foco automático meio lerdo. Parece que agora com os novos lançamentos, segundo dizem, o problema foi resolvido.

Outra coisa interessante que me chamou a atenção é de como nos tornamos irrelevantes: não há na entrevista uma única menção a América Latina. Não acho que isso aconteça por sermos pobres, mas sim por sermos fechados.

Será que isso vai mudar? Quem viver, verá, hehehe.

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