Desinfetando seus equipamentos fotográficos

Equipamentos fotográficos, principalmente os de uso profissional, são também muito manipulados. E as atuais evidências são de que vírus como o Covid-19 podem sobreviver em superfícies como plásticos, vidros e metais por horas ou até mesmo dias. Esses são os mesmos materiais de que nossos objetos de desejo fotográfico são feitos…

Pois bem, então o que fazer após (e até durante) o uso de suas câmeras e lentes fotográficas? E quanto aos smartphones?

Um artigo do site Petapixel recentemente deu alguns conselhos sobre como desinfetar seu equipamento em tempos de Coronavírus. Já que os produtos de limpeza em nosso mercado nem sempre são os mesmos encontrados no exterior, resolvi fazer uma adaptação desses conselhos. Vejamos o que podemos fazer…

Limpando seu Smartphone

Smartphones são conhecidos focos de sujeira e transmissão de doenças. A proximidade da boca e o uso constante de mãos sujas transforma esse equipamento em um verdadeiro ninho de bactérias e vírus.

Para nossa sorte, normalmente esse é um equipamento de uso pessoal. Mas não é um boa ideia dar o aparelho na mão de algum amigo para que ele veja alguma foto ou mesmo faça uma chamada. Não é bom para você nem para ele ou ela, hehehe.

No geral, os fabricantes dizem que smartphones podem ser limpos com lenços desinfetantes que contenham pelo menos 70% de álcool. Em nosso mercado é mais fácil encontrar esse tipo de lenço umidificado sem presença de álcool, do tipo que contém algum emoliente para a pele. Além de não desinfetar seu aparelho, esse tipo de lenço pode deixar seu equipamento meio “gorduroso”.

Mais recomendações

Você pode improvisar e utilizar panos de limpeza perfurados levemente embebidos em álcool. E talvez o álcool comum, com 35% de concentração, não seja tão efetivo na desinfecção, mas pode ser menos agressivo ao acabamento do smartphone.

Já a Apple recomenda usar álcool isopropílico a 70% ou um produto famoso no mercado americano, os lenços de limpeza Clorox. Segundo a empresa basta limpar suavemente as superfícies duras e não porosas do seu produto Apple, seja a tela do smartphone ou computador, o teclado ou outras superfícies externas. E não use alvejante, do tipo água sanitária, em hipótese alguma. Não deixe a umidade entrar nas aberturas e não mergulhe seu produto Apple (nem de nenhuma outra marca) em algum produto de limpeza.

Câmeras e lentes

Os conselhos sobre como desinfetar câmeras e lentes são basicamente os mesmos que aqueles sobre smartphones, mas existem alguns cuidados a serem observados.

No caso das lentes e objetivas, que são muitas vezes equipamentos mais caros do que a própria câmera, o ideal é utilizar panos de limpeza específicos como os da Zeiss. Eles não são abrasivos e não vão atacar o revestimento (coating) das suas lentes. Segundo a Zeiss esses lenços são pré-umedecidos com uma combinação de dois agentes ativos que também são usados para limpeza de equipamentos médicos, então imagino que tenham ação desinfetante.

Segundo o site Petapixel, qualquer produto com 60% ou mais de álcool deve ser eficaz contra o coronavírus. Essa é uma informação dada por Roger Cicala, fundador da conhecida empresa LensRental de aluguel de equipamentos fotográficos.

Uma opinião profissional

Cicala é formado em medicina e se preocupa muito com a correta limpeza e desinfecção dos equipamentos fotográficos devolvidos por seus clientes. Segundo o médico, depois da limpeza o exterior das câmeras e objetivas pode ficar livre de agentes como o Coronavirus quando o álcool secar, pelo menos até que o próximo vírus “pouse nele”…

É por isso que ele diz que “a ideia de um fotógrafo trabalhando durante todo o dia, entrando em contato com várias pessoas, e tornando seu equipamento um centro de infecção é muito significativo para mim, como médico”. Eu hein??

Outra informação importante para fotógrafos: a LensRental tem limpado há anos seus equipamentos devolvidos com álcool. É por isso que Cicala diz que parece ser perfeitamente seguro limpar os elementos frontais das lentes com esse desinfetante, além do corpo das objetivas.

Pois é, eu confesso que também tenho feito isso, apesar de ter um certo medo de que o “coating” (o revestimento químico) das lentes sofra algum problema. Mas isso nunca aconteceu…

Alguns conselhos

No final das contas, se você está preocupado com os efeitos da pandemia de Cornavirus no mercado fotográfico, deve também estar preocupado com o impacto das doenças na sua vida.

Como já sabemos, o maior vetor de transmissão desse tipo de doença se dá pelas mãos. Existem muitas profissões que já sabem que devem evitar o contato das mãos entre dinheiro e comida, por exemplo. Por quê então o fotógrafo não deveria manter esse mesmo cuidado no relacionamento com seus clientes, os modelos, assistentes e seu equipamentos fotográficos.

Imagine um assistente gripado trocando a sua câmera no meio de um trabalho em estúdio. Você leva então a câmera junto a seu rosto para compor a foto através da objetiva ou mesmo da tela.

E depois da uma “coçadinha” no nariz. E depois cumprimenta o cliente ou o modelo…

É claro que você não precisa ser mal educado, nem alarmista, mas basta ter alguns cuidados básicos e usar o velho bom senso! Ah, e não custa rezar para não pegar nada, né? Boa limpeza!