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Digital Influencer em conflito com fotógrafos de casamento

Um influenciador digital do Instagram recentemente criou uma confusão com um casal de fotógrafos de casamento na Inglaterra.

A situação foi a seguinte: Frankie Lowe e Laura Dunning, proprietários da Betrothed & Co, receberam um e-mail de uma pessoa chamada Melissa. Eu já pensaria que era Spam, mas como o casal era inglês, resolveu levar a mensagem a sério.

fotógrafos de casamento
Fotografar um casamento custa caro…

O e-mail dizia que a tal Melissa estava ali representando “um conhecido influenciador de mídia social” que planeja se casar em 2021.

A mensagem ia diretamente ao assunto. Em troca da cobertura fotográfica do casamento o “cliente misterioso”, do qual nunca se soube o nome, iria “promover extensivamente” os serviços dos casal de fotógrafos. O público que seria atingido seria de mais ou menos 55.000 seguidores, divididos entre Instagram e Facebook. O “digital influencer” ofereceria também um desconto de 25% a seus seguidores, para que contratassem os serviços do casal de fotógrafos.

fotógrafos de casamento
Tem gente que acha que fotógrafos trabalham nos casamentos em troca de bebida, hehehe!

Parece uma maravilha, não é mesmo? Mas para quem?

Foi exatamente isso o que Frankie e Laura pensaram. E tem mais!

Pensando como fotógrafos de casamento

O e-mail da Melissa dizia que “Abordamos quatro outras empresas semelhantes em sua área, portanto uma resposta rápida será benéfica para o seu negócio.” Era uma concorrência?

Frankie ficou ofendido. Ele resolveu responder, perguntando se não havia um erro no número de 55.000 seguidores. Segundo ele alguns de seus amigos tem mais seguidores do que aquele “digital influencer”. Alem disso respondeu para Melissa que “é útil saber com antecedência que o fato de estar vinculado ao seu cliente irá automaticamente reduzir em 25% o valor do trabalho que passamos tantos anos aprimorando.”

fotógrafos de casamento
Até o preço da roupa tem que ser contabilizado num orçamento para casamentos…

Uau!!!

Pois ao invés de ficar quieta, Melissa respondeu com um certo cinismo, chamado o casal de “não profissionais” e dizendo que “Não vamos mais considerar vocês como candidatos a fotografar o que seria um casamento muito lucrativo para seu negócio”.

Além disso, de maneira infantil, disse que o casamento era muito importante para o (ou a) “influencer” pois sua mãe havia sido diagnosticada com câncer.

Resumo da obra

Resumindo, o casal de fotógrafos se sentiu ofendido e respondeu. A assessora de imprensa, ou relações públicas como se diz na Inglaterra, se sentiu agredida e respondeu também.

No final da história o casal respondeu se desculpando (levemente) em um longo email que pode ser resumido na frase: “Somos apenas um casal de criativos (NT.: morro de rir deste termo) esforçados que tentam ganhar a vida em um setor muito desafiador e, ocasionalmente, isso significa defender nossa profissão e valorizar nosso ofício”.

fotógrafos de casamento
Troca de e-mails postada na página do Facebook do casal de fotógrafos

Se fosse no Brasil…

E a gente com isso? Em primeiro lugar, não somos ingleses. Não ficaríamos ofendidos e talvez até topássemos, ou então não responderíamos e pronto! Outro detalhe importante é que, como “criativos” Brasileiros, vivemos fazendo serviços gratuitos.

Isso acontece muitas vezes porque não temos o costume (nem conhecimento suficiente) para entender nossos custos. Sequer reconhecemos o investimento que fizemos ao longo de nossa formação e carreira. Além disso vivemos essa coisa que o brasileiro tem de achar que o que parece vir de um “talento” recebido de graça não pode ser cobrado.

É como se confundisse-mos conhecimento com mediunidade, hehehe. Não pode cobrar, hein…

Mas o que parece normal para nós não é normal no resto do mundo. A maior parte dos comentários feitos na internet sobre o assunto apoiam a atitude do casal de fotógrafos de casamento.

Eu mesmo, que já estou acostumado com essa postura profissional (e financeira) do fotógrafo no exterior, me espantei com as reações.

Outro dia eu li em algum lugar que, quando alguém pede alguma coisa ou serviço de graça devemos ver se a mesma coisa também é vendida por alguma soma. Se for, mesmo que por pouco dinheiro, não dê de graça!!!

Parece que tem lógica mas não entendi muito bem a frase, hehehe. E você, o que acha?

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