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Opinião: Visitando a 2ª ed. da Feira de Fotografia Analógica

Aconteceu ontem em São Paulo a segunda edição da FROFA – Feira de Fotografia Analógica e apesar da minha Síndrome do Pânico resolvi dar uma passadinha por lá.

Como alguns de você já sabem eu tenho um grande interesse pela fotografia analógica, mas para meu desespero minha “aura” é muito clara e sempre acabo “queimando o filme”, hehehe. Mesmo assim, ainda insisto… Aliás, se você tiver interesse, veja alguns artigos que tenho publicado sobre esse tipo de fotografia.

Voltando a feira, segundo os organizadores Guilherme Maranhao e Massao Matsuhashi, a ideia por trás do evento é criar um espaço para colocar em contato fotógrafos, laboratoristas, digitalizadores e fornecedores de todo o tipo de serviço utilizado por quem se interessa pela fotografia analógica. Além disso, e o mais importante, criar um espaço para vender e comprar câmeras!

Feira de Fotografia Analógica
Equipamentos vendidos na 2ª edição da FROFA – Feira de Fotografia Analógica

Achei também engraçado uma frase que eles usam em sua página de eventos no Facebook: “Se você tiver bastante coisa para se desfazer, participe como expositor.” Nossa, eu ia ficar rico, hehehe!

 

Chegando na Feira de Fotografia Analógica

Apesar da crise estar feia “ainda” não entrei na fase de desapego, e foi por isso que saí um pouco antes do almoço para visitar a Feira de Fotografia Analógica munido apenas do meu smartphone e acompanhado de Manolo Vilches.

O espaço da feira era a Central Galeria de Arte em Pinheiros, na fronteira com a Vila Madalena. O lugar é ideal para esse tipo de público, mas se você for medium é sempre bom ficar atento aos espíritos obsessores da região, que são fortíssimos. Você não imagina como uma assombração Hipster é chata.

Feira de Fotografia Analógica
Um dos espaços da feira

Chegando lá, surpresa, todas as ruas da região estavam com placas de proibido estacionar por causa do movimento do bares nos jogos da Copa. Como sou “das antigas” e não tenho o “physique du rôle” de um fotógrafo, fui de carro e não de bicicleta. E tem mais, se eu fosse comprar uma Leica usada não ia me meter no metrô com ela, cruzes!

Mas a vida é difícil e o estacionamento particular que ficava em frente estava cheio. Rodamos e rezamos um pouco e assim conseguimos estacionar numa rua próxima.

Ao chegar na entrada do evento pensei que um culto na Igreja Evangélica logo ali ao lado havia acabado, tal a quantidade de gente na porta. Ao chegar perto percebi que a Igreja estava fechada e que o movimento de pessoas era de outra Igreja, a dos “Fotógrafos Analógicos dos últimos Dias”.

O movimento era o da FROFA mesmo. Isso é que é sucesso, pois achei que era muita gente para aquele horário.

Feira de Fotografia Analógica
Acessórios fotográficos e filmes também eram vendidos na feira

Pensando bem muitas pessoas devem ter chegado mais cedo para não correr o risco de perder algum equipamento raro que estaria á venda, já que alguns expositores anunciaram antes pelas redes sociais o que trariam para vender.

Apesar de todo o movimento entramos sem problemas e sem fila, coisa que pelo que soube se formou mais à tarde. O espaço estava cheio e minha primeira reação foi a de sair correndo de pânico, mas como a curiosidade matou o gato, ficamos lá.



Era preciso fazer algum força para nos insinuar entre as muitas cabeças que impediam que víssemos os equipamentos expostos pelos cerca de 20 expositores. Pelo menos foi o que contei, mas acho que tinha mais gente expondo.

Feira de Fotografia Analógica
Tava difícil chegar perto daquela câmera de fole. Era uma Polaroid?

Manolo percebeu que muitos do expositores era velhos conhecidos, incluindo alguns lojistas da Galeria 7 de Abril, e outros de fora da cidade e mesmo do Estado. A maior parte das câmeras que eram exibidas estavam em ótimo estado de conservação, algo bem diferente do que se vê em brechós ou em feiras de antiguidades.

Vi câmeras analógicas para todos os gostos e bolsos, desde simples câmeras compactas de R$20,00 até algumas câmeras reflex na casa dos R$1000,00. Não consegui ver se havia nenhuma câmera mais cara, mas encontrei filmes incluindo os do tipo vencidos e rebobinados que todo Lomografista adora. Encontrei também filtros UV usados de boa qualidade por cerca de R$10,00, o que é uma pechincha. Achei que no geral os preços estavam bons, até mesmo um pouco abaixo do mercado.

Ah, e fuçando sorrateiramente no smartphone dos outros, percebi que quase todo mundo ficava comparando os preços através do Mercadolivre e até mesmo do eBay.



 

Sobre os serviços e produtos

O prato estava cheio para quem estava ali na Feira de Fotografia Analógica só para achar alguma câmera reflex manual, daquelas usadas para aprender fotografia. A variedade entre equipamentos Canon, Nikon e Minolta era grande. Quase achei uma lente Minolta AF 35mm que ando procurando, mas um dos vendedores que já era meu conhecido havia esquecido de levar o equipamento no evento. Disse para dar uma ligadinha durante a semana para ver se ele encontrava a lente em seu estoque.

Aliás, outra tônica da feira parecia ser a de fazer contatos para efetuar a venda depois. Um dos expositores de fora da cidade disse que iria ficar em São Paulo durante a semana para terminar alguns negócios. Que bom!

Vimos também na Feira de Fotografia Analógica um serviço de digitalização de imagens, coisa imprescindível atualmente mesmo para fotógrafos totalmente analógicos, bem como a oferta de aulas de processamento em Preto e Branco no Clube do Analógico, um serviço que oferece também um laboratório coletivo de uso livre para seus sócios.

No meio da multidão, observando um lenço impresso com o experimento de um cavalo em movimento de Muybridge vendido por uma das expositoras, encontramos nossa amiga Anna Silveira.

Feira de Fotografia Analógica

Tentamos conversar um pouco, mas o ambiente estava muito cheio e abafado o que nos deixava um pouco “confusos”. Ela no apresentou a um dos organizadores, Guilherme Maranhao, mas ele tinha que cuidar de vários assuntos pipocando a nossa volta e não pudemos conversar muito.

No geral a Feira de Fotografia Analógica estava muito boa, principalmente se você já vai sabendo o que quer ou precisa comprar. Os organizadores contaram cerca de 600 visitantes passando pela feira, o que é bastante gente para um evento como esse.



 

Finalizando…

Eu dou o maior apoio, tudo correu bem e a organização está de parabéns, mas o público precisa de umas aulas de etiqueta, hehehe.

Eu não sou exatamente uma pessoa franzina, muito pelo contrário, e ocupo bastante espaço. No entanto por várias vezes fui empurrado sem cerimônia da frente de alguma banca para abrir espaço para alguém que queria saber sobre algum produto. E essas pessoas já iam perguntando o que queriam e saiam rapidamente, sem sequer dar um aceno de obrigado ao coitado do expositor.

Eu, se se estivesse no lugar do vendedor, não gostaria de ser tratado assim.

Ah, eu também ia falar da falta de higiene de alguns visitantes, o que deixava o ambiente abafado mais insuportável ainda, mas isso fica para uma artigo mais complexo pois conheço colegas que divulgam as maravilhas de uma vida sem banho.

O pior é que são os mesmos que defendem as culturas indígenas. Você já viu índio sem banho? Eu não…

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