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Por quê fotógrafos ruins pensam que são bons?

Pareceria muita arrogância da minha parte afirmar que fotógrafos ruins sempre acham que são bons, ou mesmo afirmar que existam fotógrafos ruins. Será? No Brasil nos acostumamos a dizer que é relativo achar que alguma coisa seja boa ou ruim, mas no resto do mundo não é bem assim, principalmente na fotografia.

É por isso que um vídeo recente do fotógrafo Jamie Windsor me chamou a atenção, pois trata exatamente desse assunto e de como podemos melhorar nosso trabalho à partir de uma coisa que consideramos horrorosa em nosso país: o estudo continuado!

No vídeo Windsor trata do assunto à partir da história de MacArthur Wheeler que em 1995 criou um plano brilhante para assaltar um banco. O assaltante descobriu que o suco de limão pode ser usado como tinta invisível, e que só se torna visível ao ser exposta ao calor. Teve então a brilhante ideia de cobrir seu rosto com esse suco para que não pudesse ser reconhecido pelas câmeras de segurança. Estava tão confiante nessa abordagem que assaltou dois bancos em seguida, e para sua surpresa foi identificado e preso em menos de uma hora.



Segundo Windsor esse caso, que é o de alguém que superestimou seu conhecimento básico de ciências, foi estudado pelos psicólogos David Dunning e Justin Kruger. Eles criaram o conceito chamado “Efeito Dunning-Kruger”, que segundo a Wikipedia significa “um viés cognitivo em que pessoas de baixa capacidade sofrem de superioridade ilusória, erroneamente avaliando sua capacidade cognitiva como maior do que é”.

Still do vídeo com gráfico do efeito Dunning–Kruger

Cruzes, e o contrário também se aplica. Uma pessoa que tem muito conhecimento em uma área tende a achar que não é boa o suficiente. Eureka, é o meu caso, hehehe!

Continuando o assunto, Windsor dá algumas dicas para superarmos esse problema no campo da fotografia:

  • Fique atento para nunca se sentir muito confortável com o que já sabe. Quando isso começar a acontecer tente fotografar de uma maneira nova ou procure aprender alguma novidade.
  • Aprenda a superar aqueles seus trabalhos que você considera os melhores. Não fique fixado em propostas fotográficas que você já faz há muito tempo.
  • Peça para que outras pessoas e fotógrafos importantes avaliem e critiquem seu trabalho. Pode ser difícil ouvir criticas, mas se você controlar suas emoções pode usa-las positivamente e avançar.
  • Estude continuamente, você nunca aprenderá o suficiente porquê o mundo continua se movendo e a fotografia continua mudando. Não tem jeito, se você achar que pode ficar parado no tempo, na realidade você está indo para trás, palavras de Windsor!
  • Entenda que deixar de gostar dos seus trabalhos mais antigos pode ser um sinal de que você está avançando.



Pois é, uma coisa é ter carinho por uma fotografia tirada há 20 anos, outra coisa é achar que ela ainda é a melhor que você já fotografou na sua vida.

Still do vídeo com exemplo da moda dos retratos com iluminação do tipo neon cor de rosa

O vídeo de 8:55 minutos que Jamie Windsor publicou em seu canal do Youtube desenvolve de maneira muito mais completa esse assunto. Aqui dei apenas uma resumida mal escrita para quem dificuldade com a língua inglesa ou para quem achar que a tradução automática está meio confusa.

Eu gostei muito. Sabem de uma coisa, esse vídeo é um exemplo de uma Abordagem Interdisciplinar…

Agora, voltando ao assunto… e você, será que vai cair na real?