Transformando uma foto comum em uma foto de cartão postal
Você já se perguntou se é possível deixar uma foto sem graça, com problemas de foco ou iluminação, em algo que valesse a pena imprimir ou publicar nas redes sociais? Eu já, e fui atrás para saber o que eu poderia fazer!
Atualmente é muito fácil “recuperar” uma foto “mal tirada” usando o Photoshop e, principalmente, fotografando em RAW. Foi por isso que numa recente viagem fotografei apenas nesse formato de imagem, que registra o máximo de informação possível.
O resultado foi muito bom e resolvi mostrar um exemplo do que obtive só para ajudar um pouco alguns fotógrafos tão desastrados quanto eu.
Em minha viagem fui ao Chile onde visitei a cidade de Viña del Mar, na costa do Pacífico. Para espanto de todos o tempo estava nublado e com uma luminosidade muito baixa, coisa que não ocorre no verão, dizem…
Um dos locais dessa cidade que mais me chamou a atenção foi um rochedo marítimo cheio de pássaros, próximo ao prédio do Departamento de Biologia e Ciências do Mar da Universidade de Valparaíso, na Praia de Cochoa.
Como nessa viagem tinha resolvido levar o equipamento mais leve e comum possível, comecei a fotografar o cenário natural com minha Nikon D5500 e uma lente AF-P 18-55mm, um kit bem simplesinho para os padrões dos profissionais da fotografia.
Depois de fotografar e revendo as imagens no monitor da câmera me perguntei se algo bom poderia sair daquela sessão de fotos, pois as cores estavam muito chapadas, parecendo que o cenário estava em pleno inverno. Parei de pensar no problema e continuei meu passeio, fotografando o que a natureza me oferecia naquele momento.
Foi só depois que cheguei da viagem que pensei em “brincar” um pouco com aquelas fotos do rochedo e descobrir se eu tinha ou não recordações que prestassem daquele pedacinho do Chile.
Que tal me acompanharem nesse processo?
A escolha da imagem
Em primeiro lugar escolhi a imagem do rochedo que parecia melhor composta e abri no Photoshop. Essa é uma questão importante pois as vezes uma foto mal composta pode ser recortada e reconfigurada tornando-se assim mais compreensível. Eu vivo tirando fotos mal compostas para reconfigurar depois. Nesse caso tenha certeza de que sua imagem tem tamanho suficiente para isso.
Aplicando a Correção Automática
No módulo do Camera Raw, o plug-in de “revelação” da Adobe, ativei como de praxe a correção automática para aquela lente. É sempre o que faço em primeiro lugar se o modelo da câmera não incorpora por conta própria essa correção no arquivo de imagem. É uma maneira de iniciar o processo mais rapidamente, mas não é sempre que o ajuste automático funciona bem.
Aplicar Correções de Lente por Perfil
Depois, na aba inicial de correções de lente, ativei as correções por perfil, além da Remoção de Desvio Cromático. Nesse caso a Adobe, dona do Photoshop, já testou todo o tipo de combinação de lente e corpo de câmera, permitindo assim que distorções de imagem sejam facilmente corrigidas. Nesse caso a imagem deu um salto de qualidade pequeno, mas que ainda não tinha aquele algo a mais que eu procurava.
Aplicar Efeitos Especiais do Camera RAW
Fui para a aba FX, de efeitos especiais no Plug-in do Camera Raw, e puxei o controle de Desembaçar para o máximo. Surpresa, o céu e as nuvens se revelaram, mostrando cores que estavam escondidas!
Refinando as Correções Automáticas
Voltei então para a aba principal e tirei mais sombras e adicionei mais brancos na imagem, para tentar chegar ao melhor resultado possível naquela fotografia. É bem verdade que essa fase do processo é mais uma questão de gosto, então não fique se cobrando tanto.
Aplique mais Nitidez
Concluí a “revelação da imagem” e abri a foto no Photoshop. Resolvi então dar uma pouco mais de nitidez à imagem. Acho que fiz isso mais porquê é moda entre os fotógrafos internacionais, mas cuidado pois esse recurso pode dar um ar artificial exagerado ao trabalho. Pega mal…
Defina melhor a Composição da Foto
Melhorei então a composição, aparando um pouco a imagem e centralizando melhor o rochedo. Use sempre imagens com bom tamanho e resolução. Para isso eu gosto de trabalhar sempre com imagens acima de 18 Megapixels, assim tenho mais liberdade para fazer recortes sem perder tanta resolução e tamanho na foto finalizada.
Dê um toque artístico
Logo depois dei o toque final aplicando um “efeito de filme “Technicolor revelado no Processo 4 e subtonalizado”, coisa que faz parte do software Exposure X3. O nome é complexo mas na realidade o filtro dá um ar envelhecido muito bonito às cores além de acrescentar um pouco daquele efeito de granulação dos filmes tipo Technicolor das décadas de 1960. Isso é que é ser chique!!!
Surpreenda-se
E voilá, depois de aplicar o filtro do Exposure X3 consegui uma imagem que me surpreendia! Pronto, senti que a foto estava enfim acabada.
Concluindo
O processo de tratamento da imagem não demorou muito tempo e resultou em algo diferente, que revelou detalhes que eu mesmo não tinha percebido quando estava fotografando. É bom lembrar também que, como sempre em meu trabalho, o resultado final decorre mais de um processo de tentativa e erro do que de escolhas baseadas em receitas pré-determinada, aprendidas em algum lugar.
Eu sou, por excelência, um experimentador, fazer o quê?
Nesse tipo de experiência fotográfica o que importa na realidade não é o processo, mas sim o resultado alcançado. Se você consegue o melhor resultado possível ou desejado da maneira mais fácil, qual o problema?
Espero ter ajudado um pouco aqueles fotógrafos amadores ou profissionais que ficam desesperados quando percebem que uma sessão de fotografia não resultou num trabalho aceitável. Tomando alguns cuidados na captação da imagem tudo é possível quanto a pós-produção, que é o nome que se dá a esse processo.
Bem, agora quanto a mim o difícil vai ser fazer o mesmo processo nas outras 5 mil imagens que obtive nessa viagem. No final do ano eu mostro o resultado, hehehe.
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