Que tal levar uma lente zoom para sua viagem?
Mesmo num mundo onde todos tem um smartphone com câmera à mão ainda tem gente que gosta de viajar com um equipamento mais sofisticado.
As câmeras compactas e do tipo “bridge” (com lente fixada ao corpo) podem ser uma boa opção, mas tem gente que prefere as possibilidades de uma câmera com lentes intercambiáveis.
Eu já contei aqui no Blog as agruras de viajar carregando uma câmera DSLR com lentes pesadas e caras. Fiquei prostrado na cama do hotel por alguns dias por causa do mal jeito na minhas costas, hehehe.
Mesmo assim de vez em quando eu ainda insisto em viajar com esse tipo de câmera. Como todo o cuidado é pouco depois de uma certa idade resolvi então que só levaria uma única lente versátil, do tipo zoom.
Dessa maneira poderia aproveitar todas as oportunidades criativas produzidas pela aproximação ou afastamento da cena com a qualidade que um sensor digital maior, APS-C ou mesmo Fullframe, poderia me dar.
O mercado está cheio de câmeras DSLR (e mesmo Mirrorless) leves e mais baratas, perfeitas para quem quer viajar com um equipamento fotográfico melhorzinho. Então que tal colocar uma lente zoom nela?
Fiz um artigo anterior aqui no Blog sobre o uso das lentes de Kit, aquelas lentes mais baratas que vem com a câmera para você já poder sair fotografando por aí. Normalmente elas se situam entre 18 e 55 mm de distância focal, o que já é suficiente para enquadrar a paisagem e pequenos grupos de pessoas.
O problema começa quando você vê aquele detalhe distante da paisagem ou uma situação em que você está passando pela cena muito rápido e ainda assim quer capturar o assunto. Aí só tem uma solução, usar uma lente zoom de maior alcance…
uma lente zoom na sua viagem
Os fabricantes de câmera, que no fundo não são “bestas”, identificaram há muito tempo essa necessidade e desenvolveram vários tipos de lente zoom para esse mercado.
As primeiras objetivas lançadas com esse foco foram as que iam de 18 a 70mm de distância focal. Esse é um alcance que vai do que se convencionou chamar de “grande angular” até o “telefoto” leve.
Talvez a mais festejada dessas primeiras lentes tenha sido a Nikon AF-S DX 18-70mm f/3.5-4.5G IF-ED. Lançada em 2004 junto com a Nikon D70, a lente pecava apenas por ainda não ter estabilizador de vibração. Era uma lente DX, projetada para trabalhar com os sensores APS-C (cropados) da Nikon.
Na época do filme analógico já haviam sido lançadas lentes próximas a essa faixa de alcance, como a Canon EF 38-76 mm f/4.5-5.6, mas eram ainda muito limitadas e pouco nítidas.
As lentes zoom que começavam em 18mm começaram a se popularizar. O público queria mais e então os fabricantes foram testando outras possibilidades que até já existiam mas que eram complicadas e caras.
Novos designs produziram lentes que iam da faixa grande angular dos 18mm até os 100mm. Em breve foi estabelecido um equilíbrio entre preço, tamanho da lente e qualidade da imagem com alcance máximo desejável entre 135 e 140mm.
Atualmente outras lentes com quase o mesmo tamanho e peso das zooms menores estão disponíveis no mercado. Existem as 18-200mm, as 18-300 e até mesmo as impensáveis 18-400mm. É claro que o preço e o peso também sobem, e para alguns a qualidade de imagem também cai.
E aí, com tanta oferta, o que fazer?
Viajando com uma zoom 18-135/140mm
Bem, se você for pensar na relação peso da lente, qualidade da imagem e preço do equipamento, leve para a sua viagem uma lente 18-135mm para câmeras DSLR Canon, ou uma 18-140mm para câmeras Nikon.
No universo das câmeras Mirrorless a coisa não muda muito mas o preço pode ser mais alto. Para câmeras da Fujifilm temos a Fuji XF 18-135mm F/3.5-5.6 WR, que é uma zoom de categoria (e preço) profissional.
Voltando as marcas mais conhecidas em nosso mercado as melhores opções talvez sejam:
- Canon EF-S 18-135mm F3.5-5.6 IS STM: a mais nova versão da marca, conta com motor ultrasônico para Auto Foco rápido e preciso com o sistema STM, que praticamente não produz ruídos e não atrapalha quem estiver usando a câmera para gravar vídeos. Tem estabilização de imagem de 4 pontos, menor distância de foco de 0,45cm, encaixe de filtro de 67mm e funciona apenas nas câmeras com sensor APS-C da Canon, como as da linha Rebel.
- Lente Nikon Af-s Dx 18-140mm F/3.5-5.6g Ed Vr: lançada em 2013 a lente tem zoom equivalente a 27-210mm em sensores Fullframe. A 18-140mm da Nikon tem Wave Motor silencioso que não produz ruídos em gravações de vídeo, redução de vibração de 4 pontos, menor distância de foco de 45cm e encaixe de filtro de 67mm. Mesmo tendo sido projetada para câmeras com sensor APS-C, funciona nas Fulframes da marca reduzindo a resolução para cerca da metade do quadro.
Essas lentes são encontradas facilmente no mercado brasileiro, são leves e não muito maiores do que as lentes de kit (as 18-55mm). A nitidez é melhor na faixa que vai dos 18 aos 60mm, mas não é nada que vá deixar as imagens sem definição acima dos 100mm, principalmente se você estiver usando uma abertura por volta de F/11.
Lentes do tipo zoom ainda não tem a mesa definição de imagem do que uma lente fixa (prime) e ponto final. Mesmo as lentes zoom mais caras e com abertura mínima fixa não são páreo para as velhas “cinquentinhas” (lentes 50mm) no quesito nitidez.
É por isso que se você for um “pixel peeper”, aquele tipo que fica fuçando uma imagem ao nível dos pixels para ver se está boa, pode ir tomando um Prozac, hehehe.
Recomendações de uso
O melhor a fazer para sempre conseguir a melhor imagem desse tipo de lente é seguir algumas recomendações:
- Utilize câmeras com resolução acima de 18 Megapixels. É sempre bom ter mais resolução se for necessário fazer recortes ou edições para melhorar a imagem;
- Fixe o ISO automático, quando possível, em sensibilidades um pouco mais altas desde que isso não gere muito ruído na imagem. Isso permitirá velocidades de exposição mais rápidas e menos possibilidades de tremores ao usar essas lentes em seu alcance máximo;
- Utilize aberturas de diafragma entre F/8 e f/11 para possibilitar a melhor nitidez com a menor distorção nas imagens;
- Em cenas com baixa iluminação, nas quais é preciso usar as maiores aberturas, maior tempo de exposição e contar com a estabilização de imagem, procure fotografar numa posição estável e em casos extremos prenda a respiração;
- Se você quase morreu ao tentar usar a dica acima use um tripé, ou no mínimo um monopé. A câmera fica mais firme e você não pode botar a culpa em mim, hehehe;
- Fotografe em RAW, e quando a câmera permitir registre as imagens simultaneamente em JPG. Dessa maneira você pode editar suas imagens posteriormente para conseguir o máximo de suas fotos. Já as imagens em JPG podem ser visualizadas em qualquer lugar que você estiver e serem compartilhadas, mesmo que não sejam tão boas quanto as que você vai editar depois.
- E não se esqueça, essas lentes zoom tem funcionamento similar as lentes 18-55mm nessa mesma faixa de zoom, portanto podem ser muito confiáveis. Desconfie mais apenas quando usar a faixa de teleobjetiva da lente.
Conclusões
Viajar com uma câmera pesada pode ser um tormento e alguns fotógrafos já publicaram até vídeos a respeito de suas escolhas sobre o melhor equilíbrio entre câmera e lente para viagens.
Agora, tormento mesmo é ser desmemoriado como eu e ter que depender daquelas fotos tremidas e sem foco que alguns smartphones produzem para lembrar de uma viagem. Credo…
É verdade que os smartphones “Topo de Linha” não deixam muito a dever às câmeras digitais de entrada do mercado, mas podem custar tanto que fazem a diferença entre comprar o smartphone ou viajar, hehehe.
Quem vai definir isso tudo é você, e como eu sempre digo, estude seu equipamento antes de viajar. Saiba como ele reage e assim você não vai ter surpresas. Boa sorte e boa viagem!
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