Desmontando a nova Canon EOS R
Nem bem foi lançada a câmera Canon EOS R já está sendo desmontada! Quem se atreveu a esse feito foi a Lensrental, maior empresa de aluguel on-line de equipamentos e acessórios de fotografia, video e iluminação dos Estados Unidos.
A empresa é conhecida pelas suas análises de equipamentos, pois faz a assistência técnica de todos os seus milhares de itens internamente, numa oficina própria. A Lensrental foi aberta em 2006 e funcionava apenas com seu fundador, Roger Cicala, mas hoje é conhecida no mundo todo.
O desmonte da Canon EOS R foi publicado pelo próprio Cicala no Blog da Lensrental, que descobriu algumas coisas interessantes para quem trabalha com manutenção de câmeras.
Descobertas sobre a Canon EOS R
A Canon parece ter estar usando uma nova fita adesiva para colar a textura de cobertura da empunhadura da câmera, que foi mais fácil de remover e que reteve melhor sua aderência para recolocação posterior.
A borracha ao redor do visor agora é aparafusada em seu lugar, e não de encaixe como em outras câmeras. Isso facilita com que não se perca a peça na desmontagem.
Uma nova e longa fita flexível (Flex) liga os conectores de entrada e saída à placa mãe da câmera. Isso é bom pois é comum que câmeras tenham esses conectores soldados na placa. Nesse caso, quando há problemas nesses conectores, pode ser necessário trocar a placa inteira, o que não será o caso na Canon EOS R.
O botão de ajuste de dioptria tem agora uma selagem contra intempéries (chuva e pó) mais grossa e efetiva. Já os outros botões e mostradores estão bem selados mas não devem proteger mais do que alguma chuva ou condições relativamente simples de tempo. Não leve a câmera para enfrentar uma tempestade de areia no deserto…
O interior da EOS R
Apesar do interior da câmera lembrar o de uma DSLR convencional, existem algumas diferenças. O motor do obturador e os componentes eletrônicos estão na parte inferior da câmera, embaixo da caixa do obturador. Em uma Canon DSLR esse conjunto geralmente está localizado numa lateral.
A tela de LCD traseira está presa por apenas dois parafusos e uma braçadeira de metal. Isso pode ser interessante pois a troca do LCD é um reparo bastante comum. No entanto isso pode ser um problema caso seja uma fixação fraca, o que tornaria a substituição do LCD um reparo mais comum ainda, digamos.
Do ponto de vista de quem repara a câmera o conjunto de controles que fica na parte superior é uma peça única. Se alguma coisa quebrar lá é preciso substituir todo o bloco. Na realidade ele pode ser desmontado, mas é algo muito demorado e complexo não havendo motivo para que seja feito.
O “slot” (encaixe) do cartão de memória SD é soldado na própria placa mãe o que é algo complicado. Isso significa que se esse suporte quebrar por algum motivo (um cartão preso ou mal colocado) toda a placa mãe deverá ser substituída. Cuidado ao usar seus cartões de memória…
O suporte do sensor de imagem não foi desmontado pois os parafusos que seguram o conjunto devem ser movidos “micrométricamente” para manter o alinhamento correto com a lente da câmera. Sem equipamento automatizado para fazer isso o processo de montar novamente o suporte acaba demorando vários horas de “tentativa e erro”. Deus me livre…
A reentrância do parafuso para tripés fica agora numa espécie de “copo” colocado no corpo da câmera por pressão. Isso significa que se o parafuso de um tripé quebrar dentro da câmera ele pode ser removido sem grandes problemas, apenas retirando o “copo”. Eu nunca pensei que um fotógrafo pudesse quebrar o parafuso de um tripé atarrachado numa câmera, mas eu esqueço nem todo mundo é tão “delicado” como eu, hehehe.
Ah, mas tem surgiu um novo problema. Esse “copo” fica muito próximo do sensor de imagem (a placa alaranjada no fundo do buraco do encaixe. O que acontece se o copo soltar para dentro do corpo da câmera? Isso é possível? Xiiii…
Conclusões
Segundo a Lensresntal a nova Canon EOS R teria uma construção similar a Canon 6D Mark II em termos de sofisticação e proteção às intempéries. Segundo eles é algo bom pelo preço, mas não seria uma câmera feita para aguentar qualquer “tranco”, coisa que fotógrafos profissionais de esportes ou de aventuras estão acostumados a sofrer.
Eu acho que o mais interessante nessa experiência foi ver que existe um outro público que deve estar no foco da empresas de fotografia quando elas projetam uma câmera: o técnico de reparos!
A opinião do técnico pode fazer com que o público compre ou não um produto. Lembra do sucesso que era o Fusca com sua mecânica fácil de reparar?
Para ver todas as outras fotos e o artigo completo da Lensrental visite o blog da empresa (em inglês).
E se você gosta desse tipo de assunto veja o artigo que escrevi anteriormente sobre o desmonte de uma Canon 1D X Mark II.
Achei interessante o artigo mas estou procurando saber como faço pra apertar os parafusos que seguram a sapata do flash da Canon RP. Parece que eles são parafusados por dentro, diferente da 5D ii. Se algum puder ajudar …