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Como fotografar paisagens nas suas férias

Se você já viajou e não encontrou paisagens que valessem a pena fotografar sua viagem deve ter sido para algum lugar bem sem graça. Viajamos exatamente para encontrar lugares e culturas memoráveis e as paisagens são um dos objetivos fotográficos mais desejado pelos turistas. No entanto, para não trazermos recordações na forma de fotografias “mal tiradas” e imagens que não fazem jus à experiência turística pela qual passamos, precisamos tomar alguns cuidados. Vejamos:

 

Todo tipo de câmera pode ser usada numa viagem, a escolha é sua
  • Equipamento: leve o equipamento fotográfico com o qual você já está acostumado mas lembre-se de que ele tem que ser capaz de captar detalhes e abarcar um bom ângulo de visão. Seu celular pode ser um ótimo companheiro de viagem mas as vezes não tem uma câmera com qualidade suficiente para obter uma foto de um pôr-do-sol ou de uma montanha que não deixe você frustrado. Já um equipamento semi ou profissional pode ser muito pesado e atrapalhar a viagem. Tente utilizar câmeras com resolução mais alta, maior que 8 Mpx em smartphones e 16 Mpx em câmeras compactas ou avançadas, isso pode facilitar um recorte posterior na imagem ou garantir que detalhes menores sejam captados. Utilize lentes do tipo grande angular para captar a paisagem em toda a sua amplitude. Celulares normalmente já vem com esse tipo de lente mas se você usa câmeras de lentes intercambiáveis vale a pena investir numa do tipo zoom de 10 a 24mm. Lentes sem zoom do tipo “prime” nas versões de 20 ou de 30mm também são uma boa opção pois geralmente captam muito bem os detalhes. As lentes que vem com o kit da câmera geralmente são baratas e as vezes, dependendo da marca, não produzem boa qualidade de imagem, no entanto a maioria delas vem na versão 18-55mm o que é suficiente para abarcar uma boa paisagem. De qualquer maneira lembre-se, é você que deve avaliar se a imagem final é do seu agrado, seja usando um celular ou uma câmera reflex.

 

Panorama montanhoso de Pedreira, São Paulo
  • Fotografar montanhas: geralmente as melhores fotos de montanhas são tiradas pela manhã ou à tarde onde a incidência da luz cria sombras que podem revelar melhor a topografia da paisagem. Com a luz do meio dia é provável que sua foto mostre uma montanha meio chapada, bidimensional. Essa dica serve tanto para o inverno quanto para o verão, mesmo em lugares com clima temperado e neve. Tente aproveitar também as nuvens ou até mesmo a chuva para melhorar a composição da foto. A névoa que sobra nas montanhas depois de uma tempestade também ajuda a revelar a topografia da paisagem.

 

Praia da Enseada, Guarujá – 2012, Ricardo Hage – foto obtida com celular Nokia 808 e com tratamento em Photoshop
  • Fotografar praias: uma coisa é fotografar gente na praia, outra coisa é ter como objeto da fotografia a própria praia. Como exemplo você pode utilizar as pessoas andando pela areia como contraponto à própria dimensão da praia, dando noção do tamanho que ela tem. Você também pode procurar detalhes das ondas quebrando na areia ou então fotografar os limites entre a água e alguma pedra ou ilhota próxima. Nesse caso a luz do meio dia pode ser benéfica já que aumenta a cintilação da água e o contraste do azul do mar com a areia. A grande iluminação também permite velocidades de obturador mais rápidas o que ajuda a “congelar” na fotografia o movimento de ondas, barcos e pessoas. Tenha cuidado com o equipamento pois a areia e a água podem estragar câmeras sem proteção.

 

Pasto na região de La Mancha, Espanha – 2010, Ricardo Hage
  • Fotografar paisagens rurais: o verde é o tom dominante em certas paisagens rurais e você deve ter cuidado sempre para tentar incluir outras cores em sua composição, caso contrário você vai acabar com um monte de fotografias monocromáticas e sem graça. Como estudo tente tirar uma foto de um detalhe de uma parreira ou um pequeno trecho de mata onde você quer captar apenas os detalhes das folhas. Se você conseguiu uma imagem onde se pode identificar mais do que formas esverdeadas num fundo esverdeado parabéns, você é um ótimo fotógrafo. Dito isso aproveite objetos como cercas, estradas, pequenas construções e o céu para valorizar os elementos vegetais e animais da paisagem.

 

Rio da Prata visto da região de Montevideo, Uruguai – 2013, Ricardo Hage – O tom terroso da água foi minimizado no Photoshop
  • Fotografar rios e lagos: cuidado com a cor da água. No Brasil é comum que o fundo de rios e lagos seja terroso e a água não consegue refletir o azul do céu da mesma maneira que um lago nos Alpes ou nas Montanhas Rochosas. A água fica com um aspecto turvo, as vezes meio esverdeado, lembrando mais a esgoto do que a água limpa. Se você procurar o ângulo certo de incidência da luz pode evitar em muito esse aspecto sujo. Outra coisa importante é testar o balanço de cor de sua câmera (White Balance ou WB) para reproduzir os tons de maneira mais condizente com a paisagem. Isso também pode ser feito posteriormente no Photoshop. Hoje em dia mesmo os celulares tem controles manuais para Balanço de Branco e você brincar um pouco com eles para ver o resultado da cor da água. Agora, se a água estiver poluída mesmo faça um “foto denúncia”! Aí quanto mais feia a água melhor…

 

Skyline da Zona Sul de São Paulo ao entardecer – 2016, Ricardo Hage
  • Fotografar o skyline da cidade: pegar todo a linha do horizonte de uma cidade numa fotografia pode ser um desafio. Durante o dia tente usar as dicas para fotos de montanha pois a luz direta do sol do meio dia achata todos os detalhes. As manhãs e o entardecer podem dar mais tridimensionalidade ao skyline. Caso a luz já esteja muito diminuída use um tripé, hoje em dia existem adaptadores e tripés mesmo para smartphones. Para evitar tremidas use o temporizador, você aciona o disparo mas os segundos de espera até a câmera efetivamente tirar a foto já serão suficientes para a vibração da sua mão ter se dissipado, evitando tremidas e falta de definição na imagem. À noite o Skyline de uma cidade iluminada fica lindo mas as vezes é difícil ver no visor da câmera ou tela do celular o que vamos fotografar portanto faça testes usando o temporizador, veja o resultado e pouco a pouco ajeite o tripé para chegar na composição que interessa.

 

  • Photoshop e aplicativos de melhoria de imagem: não tenha dó nem piedade, se você acha que a imagem que você obteve não está boa tente dar uma melhorada com algum aplicativo. No Photoshop o filtro de “camera RAW” no modo automático muitas vezes já é o suficiente para dar aquele efeito ‘UAU” na paisagem. Nos apps de smartphone como o Instagram os filtros podem dar aquele up que sua imagem precisava. Não custa tentar, de repente você salva as fotos da viagem…

Eu tenho necessidade de fotografar minhas viagens pois como minha memória é ruim só assim eu consigo lembrar delas. Faz pouco tempo recuperei alguns negativos antigos e descobri lugares que nem me lembrava de ter visitado. Aliás, só sei que fui lá porque vi a foto. Quanto à equipamentos, também já passei por situações no mínimo vexatórias: durante uma visita de um dia à cidade de Toledo na Espanha carreguei em meu pescoço uma câmera Nikon D5000 relativamente leve, com uma lente 70-300mm relativamente pesada e fiquei no dia seguinte relativamente prostrado na cama do hotel com dores enormes. No terceiro dia saí da cama e comprei uma câmera compacta avançada (Canon G11) e aposentei a Nikon relativamente pesada pelo resto da viagem.

É por essas e outras que eu digo, use a fotografia como uma aliada para manter as boas sensações (ou as dores) de sua viagem na sua memória pelo resto da sua vida!

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