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A fotografia pode ajudar crianças autistas a se comunicar

Se você convive ou tem um filho com autismo uma nova esperança de comunicação e socialização para crianças pequenas surgiu, a fotografia.

Uma matéria recém publicada no site ABC News mostra o caso de Max Pritchard, um menino de 3 anos morador de Brisbane. Ele foi diagnosticado com Autismo de Alta Funcionalidade quando tinha 3 anos de idade, apresentando como sintomas problemas com a fala, alta ansiedade e falta de habilidades sociais, entre outras pequenas particularidades.

O “Autismo Altamente Funcional”, que muitas vezes se confunde com a “Síndrome de Asperger”, está presente em indivíduos que podem apresentar déficits nas áreas de comunicação, reconhecimento de emoções, expressão e interação social, mantendo um grau de inteligência normal ou mesmo alto.

Max Pritchard em foto tirada por sua mãe

A mãe de Max, Danielle Pritchard, sabia o quão importante seria uma intervenção precoce em seu filho pois como professora havia trabalhado com crianças com problemas semelhantes antes.

Logo após iniciar os tratamentos recomendadas para este tipo de caso, Daniele teve uma ideia: ela colocou uma câmera nas mãos do menino!

Pois é, desde então o garoto, que agora já tem quatro anos de idade, se tornou mais focado e capaz de se comunicar com os outros com mais facilidade, incluindo sua própria família.

Segundo sua mãe “Agora quando Max tem uma câmera na mão ele tem um ar de confiança ao seu redor”.



O que está por trás desse tipo de tratamento é a orientação da mãe quanto ao uso da câmera. Segundo Daniele “Usar a câmera em público permitiu-me ensiná-lo a educadamente abordar as pessoas para perguntar se ele poderia tirar fotos delas, o que muitas vezes resulta em grandes conversas e interações com os outros.”

Um dos aspectos mais importantes colocados em evidência nesse caso é o papel que o tratamento dos sintomas de Autismo, logo no início de sua descoberta, tem para o desenvolvimento normal da criança.

Como exemplo Daniele nota que com o acompanhamento psiquiátrico e pedagógico, mesmo sem a fotografia, Max já foi capaz de perguntar a sua mãe qual era sua cor preferida, coisa que denotava o início de um interesse pelo mundo externo.

Nas últimas semanas sua mãe vem compartilhando o trabalho fotográfico de Max no Instagram, onde ele já tem um pequeno mas respeitável grupo de seguidores.

Foto obtida por Max e publicada em seu instagram

Dei uma olhada no Instagram de Max  e percebi algumas particularidade. Mesmo apresentando publicações com algumas fotos tiradas pela família, é fácil saber quando as fotos foram tiradas por Max: basta perceber seu ponto de vista. Se for de baixo para cima provavelmente foi ele que fotografou, dada sua baixa estatura.

Outro dado interessante é que em muitas das fotos ele faz uma composição centralizada com elementos desviantes, como um rosto que aparece pela metade pois está escondido pela quina de uma parede, ou então um objeto que se sobrepõe a outro.

É claro que ele é uma criança e não dá para fazer uma “crítica de sua obra” ainda, hehehe, mas já vi esse mesmo tipo de olhar em outros fotógrafos com o mesmo problema. Será que essa é uma particularidade autista na forma de ver o mundo?

De qualquer maneira o uso terapêutico da fotografia não é algo desconhecido. Eu mesmo já escrevi uma artigo sobre o assunto, leia aqui.

Se você tem uma criança com Autismo ou Sindrome de Asperger, como também pode ser conhecida essa condição, converse com seu terapeuta e implemente a fotografia como rotina nesse tratamento. Garanto que você vai se surpreender.