Como se cobra por serviços fotográficos no mundo civilizado
Eu sei que o Brasil é muito diferente do resto do mundo, mas não sei se é para melhor. É por isso que sempre fico interessado em ver como funcionam as práticas de levantamento de custos, preços e cobrança por serviços fotográficos no exterior.
Vira e mexe descubro algo novo, e percebo como em muitos países é fácil iniciar um negócio fotográfico. Enquanto por aqui ficamos preocupados com questões burocráticas como procurar um contador, abrir uma empresa, dar notas fiscais, pagar impostos e abrir conta em banco, no exterior os profissionais estão mais preocupados em produzir um portfolio, conseguir clientes e estimar seus custos com vistas a uma coisa muito importante, o lucro!
É por isso que tem tanto fotógrafo informal nessa terra…
Bem, para esclarecer um pouco o assunto o canal de Tony e Chelsea Northrup publicou um vídeo explicando o que deve ser cobrado pelo trabalho de um fotógrafo profissional. Esse canal é provavelmente o mais visualizado no mundo na área de fotografia, tendo mais de 1 milhão de seguidores, portanto não podemos deixar de levar em conta o que Tony e Chelsea nos ensinam, mesmo que seus conselhos não funcionem muito bem por aqui.
Resumindo a coisa, seus conselhos fazem com que pensemos como chegar a um “preço justo” por nossos serviços. Em inglês esse termo tem uma conotação séria, mas aqui no Brasil muita gente acha que preço justo é o que se quer ou se pode pagar. Aí não dá, né?
Os pontos principais discutidos no vídeo são:
- Ter confiança: Seja confiante em seu trabalho e saiba tudo sobre seus preços.
- Entender sua região de trabalho: compreenda a região onde você trabalha e as necessidades dos clientes em sua área de atuação.
- Estimar bem as questões de tempo: Saiba quanto tempo seu trabalho leva para ser feito e sempre estime a duração das etapas com folga.
- Estimar bem a percepção de valor do trabalho: praticar preços muito baixos pode dar ao seu trabalho fotográfico uma impressão de pouco valor.
- Estimar suas despesas: saiba exatamente quais são os seus custos.
- Conhecer a concorrência: saiba com certeza quanto os seus concorrentes diretos estão cobrando pelo mesmo trabalho.
- Tenha consciência de sua experiência: verifique se você tem experiência suficiente para fazer com que seus preços tenham sentido.
- Cuidado com o produto final: entregue seu trabalho com a melhor qualidade e da melhor forma possível pois é assim que seu cliente avaliará seus preços.
- Estime bem serviços extras: tenha certeza que você vai ter uma compensação justa se o cliente pedir algum trabalho extra ou mesmo pelos serviços já contratados.
Eu confesso que lembrei de alguns termos usados por uma amiga minha, executiva de uma grande empresa internacional. Ela sempre fala em salário como uma compensação pelo trabalho e pelo lucro que ela produz para a empresa, e eu fico impressionado. Sim, ela e outros executivos são ensinados a entender que sua remuneração é uma “compensação” pelo trabalho que tiveram em criar riqueza para os outros!
Quem pensa assim, como se faz por exemplo em algumas áreas da publicidade, deixa de se escravizar como trabalhador. Ah, se os professores também enxergassem seu trabalho assim…
Bom, pense nisso e veja o vídeo de Tony e Chelsea Northrup. Ele é longo, tem 30:00 minutos e é até meio chato, mas com boa vontade e as legendas automáticas do Youtube pode ser que façam alguma diferença em sua vida profissional.
Obs.: O vídeo está em inglês, mas como sempre indicamos você pode ativar as legendas automáticas em Português, elas podem ser de muita ajuda para quem não domina essa língua. Note porém que alguns termos técnicos não são bem traduzidos.
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