Fotografando o eclipse da Super Lua de Sangue
O nome é assustador, mas o eclipse da Super Lua de Sangue é apenas uma ocorrência natural.
O evento que será observável na madrugada do dia 21 de janeiro em todo o continente Americano é o tipo de coisa que um fotógrafo não deixa passar “em vermelho”, digamos assim.
Como a Lua estará muito próxima da Terra (Perigeu) ela parecerá maior do que o normal. Além disso, devido a sua posição, a refração da luz deverá fazer com que ela adquira tons avermelhados. É por isso que é chamada de “Super Lua de Sangue”.
Então que tal repassar algumas dicas de como conseguir a melhor foto desse evento. Vamos fazer uma lista?
Fotografando o eclipse
O eclipse do dia 21 começará no Brasil às 00h36 sendo que a fase em que a sombra avermelhada da Terra começa a ser melhor observada na Lua tem início à 01h33. O fenômeno alcança o auge às 03h12 sendo que a fase posterior vai até às 04h50. O eclipse termina em nosso país às 5h48 da segunda-feira.
Ao começar o eclipse, a Lua deve estar em uma posição alta no céu, sendo que em seu auge ela deve estar à Oeste. Tente organizar um ponto de observação que possibilite essa observação a partir dessa informação.
Defina a câmera a ser utilizada. Cada equipamento tem as suas particularidades e é bom que você as conheça antes.
Câmeras com lentes intercambiáveis
No caso das câmeras DSLR ou Mirrorless tente utilizar uma teleobjetiva de modo a aproximar o máximo possível do objeto da cena, a Lua.
Lentes entre 200 e 300mm, principalmente em câmeras com sensor do tipo APS-C (cropado) oferecem uma boa ampliação. Em câmeras com resolução maior é possível também editar a imagem, cortando as áreas escuras do céu que não oferecem interesse e aproximando a Lua do observador da imagem.
Uma receita tradicional de configuração para uso dessa câmeras com tripé é a seguinte. Defina a abertura da lente para f / 11, o que normalmente produz um foco amplo e definido com pouca distorção na maioria das lentes. Configure a velocidade do obturador em 1/125 de segundo utilizando sensibilidade entre ISO 100 e 200, evitando assim a produção de ruídos na imagem e ainda assim “congelando”o movimento da órbita lunar .
Desligue o foco automático e configure o foco manualmente para infinito, fazendo alguns ajustes visualmente. É bom lembrar também de desligar o sistema redutor de vibrações da câmera ou da lente, pois com o uso do tripé ele pode ficar confuso.
Dependendo de seu equipamento utilize também um controle remoto ou melhor ainda, um intervalômetro para captar todas as fases do eclipse. É possível também utilizar a câmera em modo timer para reduzir a possibilidade de vibração mais ainda. Lembre-se também de fotografar em RAW além do JPG para posterior edição das imagens.
Câmeras compactas ou do tipo Bridge
Uma boa parte dessas câmeras tem programação específica para fotografar a Lua ou cenas noturnas, então aproveite.
Cada fabricante produz sua configuração mas normalmente ela é feita para estabilizar a lente, travar o foco automático na Lua e até mesmo “tingir” o satélite para que ele tenha uma cor mais “prateada” digamos assim.
O uso de tripés também é recomendável, mas minha experiência com a Nikon P900 (e o sonho pela P1000) diz que é possível fotografar a Lua nesse modo automático até mesmo com a câmera nas mãos graças ao sistema de estabilização da Nikon.
É bom estudar se o seu modelo de câmera tem esse tipo de funcionalidade para não ficar frustrado depois. Caso contrário, e se a câmera permitir, utilize as configurações para câmeras de lentes intercambiáveis descritas acima.
Smartphones
Lamento, mas sinceramente não sei de algum desses equipamentos que atualmente permita aproximação suficiente e qualidade de imagem para satisfazer nossa vontade de fotografar o Eclipse da Super Lua de Sangue.
Tente compor as imagem da Lua na paisagem, por entre nuvens ou mesmo fazendo com que sua coloração atinja pessoas ou edifícios. Com um smartphone é preciso antes de tudo ser criativo, hehehe.
Mais algumas dicas
Ao longo dos anos tenho publicado alguns artigos sobre como fotografar a Lua ou como utiliza-la em composições criativas.
Talvez esses artigos possam ajudá-lo, mas a fotografia “astronômica” não é o meu forte. Na realidade a Lua é o objeto astronômico mais próximo da Terra e causa um fascínio fundamental na humanidade.
Será que se não existisse a Lua, com sua influência nas marés e nas noites iluminadas por seu reflexo, teríamos o desejo de explorar o espaço?
Então faça a sua parte, tome bastante café e vá fotografar a Lua. Boa sorte!
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