Câmera Leica M7 deixa de ser fabricada
A Leica M7 era a última câmera analógica da série M numerada que ainda era fabricada. Sua sucessora na linha, a Leica M8, já era uma câmera digital, mas isso não impediu que durante os anos em foi fabricada a M7 tivesse seu público preservado.
A notícia foi dada pelo Red Dot Forum, site especializado em notícias sobe a Leica, e relata que a empresa encerrou a produção da M7 tanto nas versões de acabamento preto quanto em prata.
Certos modelos dessa câmera de 35mm da Leica ainda estão em estoque em alguns varejistas internacionais mas novas câmeras não estarão mais disponíveis depois que os estoques acabarem.
A linha M numerada da empresa alemã foi iniciada em 1954 com o lançamento da Leica M3. Já a Leica M7 foi introduzido em 2002 como sucessora da M6.
Sobre a Leica M7
A nova câmera tinha como novidade a função de exposição automática no modo de prioridade de abertura, permitindo aos fotógrafos ajustar a abertura em sua lente manualmente enquanto a câmera determinava automaticamente a velocidade do obturador apropriada.
A determinação automática do ISO do filme era feita usando a recente (na época) codificação DX, aquelas faixas prateadas que os cartucho de filme 135 apresentam hoje em dia. E mesmo que o obturador fosse controlado eletronicamente, o fotógrafo ainda podiam usar velocidades de 1/60s e 1/125s mecanicamente caso estivesse sem bateria.
Com essa notícia a Leica oferecerá agora apenas duas câmeras analógicas:
- a Leica M tradicional (não numerada), totalmente mecânica e com fotômetro, que custa cerca de US$ 4.800,00 dólares;
- a Leica M-A, cuja diferença é a inexistência de fotômetro e que custa cerca de US$ 4.700,00 dólares.
Tudo leva a crer que a Leica M7 perdeu o mercado mínimo que faria com que ela pudesse continuar a ser fabricada.
Talvez isso tenha acontecido pois a câmera nem era digital nem tinha o famoso “charme” que uma câmera Leica totalmente manual tem.
E se você está querendo entender como é que uma câmera mecânica e de filme ainda podia (e pode) estar sendo fabricada e custar uma fortuna (pelo menos para os meus padrões, hehehe) é bom lembrar que, mais do que uma câmera de trabalho, as Leicas são uma espécie de mito.
Na realidade, no Brasil e mesmo no mundo, a grande maioria dos usuários da marca são colecionadores e não fotógrafos.
Talvez seja por isso que a Leica, apesar de todas as agruras do mercado fotográfico atual, continua por aí…
Aliás, se você quer ver como se comporta uma câmera Leica digital em relação as da Fujifilm, veja o artigo que postei anteriormente aqui no blog.
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