Entenda melhor a câmera do seu celular
Muita gente me pergunta por quê as fotografias que tiram com seus smartphones não ficam boas. Aí quem pergunta sou eu: qual é o seu celular?
Cada smartphone, ou melhor ainda, cada fabricante, tem um conceito sobre que espécie de câmera seu público precisa e é ai que a coisa complica. Quando vamos comprar o aparelho tudo acaba entrando em consideração: preço, beleza, status, se vai ter fidelização do plano ou vai ser pré-pago mesmo, etc…
E a qualidade de imagem da câmera? Como é que fica?
Vamos ver então algumas questões sobre o assunto:
- Resolução: a quantidade de megapixels não significa exatamente uma melhor qualidade de imagem. Para a maior parte dos usuários a resolução da câmera significa apenas um tamanho maior de impressão. Veja o exemplo da Samsung que no Galaxy S7 diminuiu a resolução dos sensor para 12 Mp em relação aos 16Mp da geração anterior do smartphone. Segundo a empresa agora o seu aparelho topo de linha capta melhor imagens com pouca luz nessa resolução menor. É bom lembrar que esse smartphone é considerado como sendo o que têm a melhor câmera do mercado atualmente.
- Tamanho do sensor: os sensores das câmeras compactas e dos smartphones são bem pequenos em relação aos sensores das câmeras semi e profissionais. O tamanho padrão de referência para sensores é o do antigo filme 35mm. As câmeras profissionais FullFrame tem sensores com mais ou menos o mesmo tamanho deste tipo de filme. Imagine então que os sensores dos smartphones podem ser até 10 vezes menores. Essa miniaturização faz com que sensores tão pequenos assim produzam imagens com muito “ruído” ou com cores não muito consistentes, mesmo tendo a mesma resolução (em megapixels) do que câmeras com sensores maiores.
- Conjunto ótico: a maior parte dos smartphones baratos tem lentes muito simples, algumas até mesmo de plástico. Isso faz com que a imagem já chegue sem muita qualidade ao sensor e aí não há milagre que produza fotos maravilhosas. O máximo que você pode fazer nesses casos é tratar essas imagens como fazem os entusiastas da Lomografia que utilizam câmeras de filme (as vezes vencido) em câmeras baratas para produzir efeitos inusitados nas fotos. Já celulares mais sofisticados apresentam conjuntos óticos projetados e produzidos por empresas famosas, como a Zeiss ou a Leica, e contam as vezes com várias lentes sobrepostas para corrigir distorções e aumentar a qualidade. São verdadeiras lentes profissionais em miniatura.
- Redução de vibração: a quantidade de luz que atinge o sensor do smartphone define a velocidade do obturador. Quanto mais luz maior a velocidade de captura e menor a possibilidade de fotos tremidas. Celulares sem estabilização de imagem (a maioria) produzem mais facilmente fotos sem nitidez. Alguns smartphones usam um sistema de estabilização de imagem que pode funcionar eletronicamente (digital) ou de forma mecânica. O aparelho sente que você está tremendo e aplica uma correção digital na imagem ou move rapidamente as lentes para compensar esse tremor. O sistema ótico é chamado normalmente de OIS (Optical Image Stabilization). Algumas marcas estão testando outro sistema em que o próprio sensor é movido para compensar o tremor. De qualquer maneira esses sistemas são embutidos apenas nos aparelhos mais caros.
- Abertura da objetiva: a quantidade de luz que entra na câmera do seu smartphone define muito do que será a qualidade da imagem final. Existem smartphones com lentes de baixa qualidade, sem estabilização e com baixa resolução mas que tem uma abertura (literalmente o “buraco” por onde passa a luz) grande, do tipo f/1.9 ou f/2.0 (essa é a forma de descrever essa abertura). Descubra qual a abertura da câmera do seu smartphone e você já poderá ter uma idéia de como ele se comportará em situações de baixa iluminação.
- Software da câmera: seu celular já vem de fábrica com um software para usar a câmera, mas você não precisa ficar preso nele. Nas lojas de App da Google e da Apple existem centenas de aplicativos para substituir o seu câmera app e que podem extrair o máximo de qualidade que seu smartphone oferece. Esse tópico merece um post à parte mas por enquanto podemos indicar o Open Camera que é um app freeware e que oferece muitos recursos que os aplicativos nativos não tem. Procure e provavelmente você vai achar algum aplicativo que produza fotos mais a seu gosto.
- Sistema de foco: não há muito o que dizer aqui. Celulares mais baratos praticamente tem foco fixo, ou seja, não conseguem separar muito bem os planos e você acaba tendo resultados focados numa zona bem estreita. Por exemplo, você só consegue focar o que fica entre 1,2m da câmera até o infinito. Já os sistemas mais sofisticados (e caros) vão do macro (o interior de uma flor) até o infinito com grande qualidade, precisão, rapidez e definição de foco.
Da próxima vez que você for comprar um celular procure pela internet exemplos das fotografias que ele tira, análises da câmera do aparelho e suas especificações.
Procure pelas características que detalhamos aqui para ficar mais satisfeito com a qualidade das fotos do seu celular.