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Foto da Semana: Ainda resta uma esperança

Não sei se você tem notado mas pelo menos no Sudeste do Brasil nunca choveu tanto. Bom, não precisa ser meteorologista para lembrar que o mês de Maio em São Paulo costumava ser seco e frio, e que isso mudou…

De qualquer maneira não sei se é impressão minha, mas com esse movimento de entra e sai de nuvens ficou mais fácil dar de cara com um belo arco-íris se formando sobre nossas cabeças.

Eu sempre tive dificuldade de fotografar esses fenômenos. Parece que eu nunca conseguia captar a força das cores que o arco-íris exibe no céu. Além da minha falta de conhecimento técnico específico para esse tipo de foto, sempre colocava a culpa na câmera, e principalmente, no tipo do sensor.

Pois bem, estava voltando para casa depois de um dia chuvoso quando algumas nuvens se abriram e iluminaram a paisagem com uma luz leve e dourada. Foi o suficiente para um que um resplandecente arco-íris aparecesse no céu.

arco-íris
Imagem RAW já tratada, mas sem efeitos especiais

Eu olhei, admirei um pouco, e já ia virando as costas quando me lembrei de uma coisa que nunca havia acontecido num situação dessas comigo. Eu estava munido de uma câmera Full Frame. Para falar a verdade, não era uma Full Frame qualquer. Era uma Sony A7RII pronta para fotografar em seus magníficos (por enquanto e para mim) 42 Megapixels.

Fotografando o arco-íris

Ah, hoje o arco-íris não ia me escapar! Saí disparando a câmera por cerca de 3 ou 5 minutos, tempo suficiente para o fenômeno se dissipar. Como tudo foi meio improvisado não estava numa boa localização para fotografar. Os prédios e elementos da paisagem estragavam qualquer tipo de composição.

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Imagem do arco-íris em RAW ainda sem tratamento. Reparem, no ponto de sujeira do sensor à esquerda, que foi removido na finalização

Por fim percebi que uma caixa d’água plástica azul em princípio horrorosa poderia criar alguma composição com o arco-íris. A sorte é que quando percebi como compor a foto eliminando o próprio prédio onde a caixa d’água estava, o céu se abriu mais e fortaleceu por instantes o arco-íris.

Logo depois o fenômeno acabou e voltei ao normal, digamos. Quem me viu fotografando achou que eu estava tomado por algum espírito, hehehe.

Mais tarde, quando vi as imagens no computador, vi o suficiente para saber que, pelo menos nesse tipo de fotografia, faz diferença um sensor Full Frame de alta performance.

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JPG tirado diretamente da Sony A7RII, sem tratamento.

É verdade que já me surpreendi com os sensores X-Trans de formato APS-C da Fujifilm, que se comportam como se fossem sensores maiores. E também já tive experiências incríveis com o meu smartphone Nokia Pureview 808, cujo sensor de pioneiros 41 Megapixels criavam espanto em 2012.

Mas a diferença é que as fotos que tirei agora do arco-íris quase não precisaram de tratamento para revelarem melhor suas cores. Foi só abrir o arquivo RAW no Photoshop e aplicar algumas configurações automáticas, que aliás não mudaram quase nada na imagem, a não ser a intensidade dos tons e o contraste. Tudo mudou em segundos. Outro detalhe é que até mesmo o JPG criado pela câmera era bom, apesar da imagem meio sem graça..

Deixando o arco mais íris

Mesmo já satisfeito com o resultado resolvi dar mais vida à foto. Como ando meio apaixonado pelos filtros de cor da Nik Collection da DxO abri o plug-in no Photoshop e mandei ver.

Usei um filtro bicolor como aqueles que a gente usava (tem gente que ainda usa) na frente da lente, e fui testando o resultado. Resolvi deixar a imagem mais quente e mais amarela na base. Ficou bonitinho…

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Imagem do arco-íris finalizada com o uso do filtro bicolor. Tem gente que diz que isso não é fotografia mas sim ilustração. Pra mim tá bom, ficou bonito, hehehe!

Bem, eu não sei se foi o sensor, se foi a câmera, se fui eu (a gente sempre esquece como o fotógrafo é importante, né?) mas gostei da foto. Ainda não é aquele “ARCO-ÍRIS” com letras maiúsculas que vai fazer história, mas pelo menos matou uma curiosidade que eu tinha. Até a próxima chuva!

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