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Fotografar a Via Láctea com uma câmera APS-C

Fotografar a Via Láctea não é uma das coisas mais fáceis, principalmente se você mora em um grande centro urbano.

Além de ser necessário estar em um local com pouca iluminação noturna sempre foi dito que era também obrigatório o uso de equipamentos sofisticados e lentes “do outro mundo”, hehehe.

Fotografar a Via Láctea
Pode ser trabalhoso, mas captar um céu noturno desses é muito bom.

Bem, o canal Milk Way Mike, voltado para fotografia do céu noturno, resolveu mostrar como é possível fotografar a Via Láctea, nossa galáxia, com um equipamento fotográfico mais simples.

Nessa caso o que chamamos de simples é uma câmera Nikon D7100. A lente acoplada é uma objetiva de kit, a onipresente 18-55mm f/3.5-5.6. Apesar de ser uma câmera muito capaz, colocada pela Nikon numa categoria intermediária entre a série D5xx e a D500, a Nikon D7100 conta com um sensor APS-C, conhecido também aqui no Brasil como sensor “cropado”.

Fotografar a Via Láctea
Comparação entre sensores APS-C da Nikon e Canon e sensores Full Frame

Existe um mito (muito bem fundamentado, diga-se de passagem) que apenas câmeras com sensor Full Frame ou superior tem capacidade de fotografar o céu noturno com qualidade. Esse seria o problema de uma câmera como a Nikon D7100, que tem um sensor menor que o Full Frame. Além disso, uma lente de kit (coisa que em nosso país é sempre tratada pejorativamente) não tem muita abertura máxima de diafragma, o que diminui muito a entrada da pouca luz noturna.

Voltando ao assunto, o vídeo do canal Milk Way Mike tem 16:00 minutos. Ele mostra como usar a técnica do “Photo Stacking”, ou empilhamento de imagens, para melhorar drasticamente a qualidade de sua imagem noturna com sensores APS-C.

Para fotografar a Via Láctea

Os passos utilizado no tutorial são os seguintes:

Fotografar o primeiro plano: use um cabo ou controle remoto e defina a câmera para modo B ou “bulb” (obturador aberto enquanto acionado). Selecione uma sensibilidade ISO baixa para obter uma longa exposição deste primeiro plano. A primeira foto do tutorial foi tirada com o zoom em 18mm, abertura f/4, ISO 1600 e 120 segundos de exposição.

Fotografe de 5 a 15 fotos consecutivas para fazer o empilhamento. Para isso podem ser usados os softwares Starry Landscape Stacker (US$ 40,00 para macOS) ou o Sequator (grátis para PCs). Esses programas separam o céu e o primeiro plano automaticamente. Para essas fotos é melhor aumentar o ISO entre 3200 e 25600. No tutorial foram usadas fotos com zoom de 18mm, f/4, ISO 25600 e 15 segundos de exposição.

Fotografar a Via Láctea
Comparando no Lightroom o resultado do empilhamento de imagens

Depois da importação misture a foto do primeiro plano com o empilhamento. Use um programa tradicional como o Photoshop (Blending Mode).

Pronto! É claro que não é tão simples assim, né? É preciso escolher precisamente a locação, compor a fotografia de primeiro plano com cuidado e iluminação, saber usar os softwares e ser bom na pós-produção da imagem. Se você gosta deste tipo de fotografia, veja o que já publiquei sobre o assunto.

Mas pensando bem, tanto do ponto de vista profissional como amador, essa é uma baita experiência. Se você tem acesso a um lugar que dê para ver o céu bem estrelado, aproveite.

Obs.: O vídeo está em inglês, mas como sempre indicamos você pode ativar as legendas automáticas em Português. Elas podem ser de muita ajuda para quem não domina essa língua. Note porém que alguns termos técnicos não são bem traduzidos.

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