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Como a fotografia está afetando nossos cérebros

Um pequeno documentário publicado pelo canal da revista americana Wired está dando o que falar.

O vídeo de 10:30 minutos faz parte da série “Tech Effects”, iniciativa que tenta discutir o efeito da tecnologia em nossas vidas.

Still do vídeo com o apresentador tirando uma selfie

Neste episódio, o editor Peter Rubin discute o papel da fotografia em nossas vidas na atualidade, mostrando situações nas quais as selfies podem distorcer nossa autopercepção, por exemplo. Examinando o modo como todas essas imagens produzidas atualmente estão afetando nosso humor e memória, o vídeo trás muitas informações e reflexões interessantes.

Dentre elas, algumas são espantosas:

  • Estimativas dizem que em 2018 a humanidade tirou 1.2 Trilhões de fotos;
  • Destas, a maior parte foi obtida pelo próprio usuário da câmera, em auto retratos do tipo selfie;
  • Para muitas pessoas as selfies devem sempre passar por uma pós-produção, ou embelezamento, o que muda a sua relação com o que espera de um fotógrafo profissional;
  • A distorção de narizes em selfies obrigou os cirurgiões plásticos a desenvolverem modelos matemáticos para medir esse efeito. Os clientes reclamavam que seus narizes, principalmente, ficam muito grandes nas fotos tiradas de perto. Isso distorcia a percepção que tinham do trabalho profissional do médico;
Selfie com distorção do nariz (esq) e tirada à distância por outra pessoa (dir). A distorção chega a 30%.
  • Uma pesquisa mostrou que mulheres universitárias que tiram muitas selfies sentem-se mais ansiosas e nervosas do que mulheres que não se auto fotografam;
  • Tirar fotos pode afetar nossa memória de experiencias que não são primariamente visuais, como concertos musicais ou alimentação;
  • Tirar fotos, por outro lado, pode aprofundar a experiência vivida por uma pessoa em um determinado evento;
  • Apenas a intenção de tirar fotos, ou fazer a composição sem capturar a imagem, já pode permitir essa interação positiva;
  • Amadores e fotógrafos profissionais olham para os pontos de interesse de uma cena de maneira diferente, e isso pode ser verificado por equipamentos que seguem o olhar de um observador por sobre uma fotografia;
Pontos de interesse de um amador (esq.) e um profissionla (dir). O profissional observa mais os detalhes e não um ponto único como o amador.
  • Um profissional tende a investigar uma cena em primeiro lugar para depois visualiza-la através da câmera. Já uma pessoa comum tende a investigar a cena através da câmera ou tela do smartphone, como se estivesse explorando algo remoto;
  • Todas as unhas que aparecem neste vídeo estão limpas e aparadas, o que é surpreendente!

O vídeo do canal Wired é bem interessante e pode fazer você pensar um pouco mais sobre esse vício que se tornou a fotografia na atualidade.

Obs.: O vídeo está em inglês, mas como sempre indicamos você pode ativar as legendas automáticas em Português. Elas podem ser de muita ajuda para quem não domina essa língua. Note porém que alguns termos técnicos não são bem traduzidos.

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