Um documentário épico sobre a ascensão e queda da Polaroid
A saudade está tão em voga no meio fotográfico que o cineasta holandês Willem Baptist fez um documentário sobre uma das marcas, e tecnologias, mais marcantes do século XX, a Polaroid.
O documentário de 91 minutos terá sua estréia mundial no dia 18 de novembro durante o IDFA (International Documentary Film Festival Amsterdam), o maior festival de cinema documentário do mundo.
A produção tem uma página no Facebook onde é possível acompanhar a reação do público internacional.
Segundo o diretor, não poderia haver um contraste mais contundente entre as eras analógicas e digitais do que as belas memórias embaçadas capturadas em uma imagem Polaroid e as milhares de fotos totalmente nítidas em um iPhone.
A divulgação do documentário diz que, nesse ensaio visual ambicioso, Willem Baptist explora o gênio visionário de Edwin H. Land, o inventor da câmera Polaroid.
Ainda segundo a divulgação “Hoje, todos os tipos de pessoas estão mantendo seu sonho instantâneo vivo. O antigo funcionário da Polaroid, Stephen Herchen, mudou-se dos Estados Unidos para a Europa para trabalhar em um laboratório que desenvolveu a versão 2.0 do Polaroid. Christopher Bonanos, autor de “Instant: The Story of Polaroid”, nos diz: “Quando ouvi sobre a Polaroid parar de fazer filmes, senti-me como se um amigo próximo houvesse morrido”. A artista Stefanie Schneider, que trabalha com o último estoque de filme Polaroid, está usando as manchas que aparecem no filme expirado como uma camada estética adicional em seu trabalho fotográfico. A trilha sonora é tão evocativa quanto as imagens às vezes hipnóticas e expressivas, com imagens de arquivo, entrevistas e belas reações químicas entrecruzando caminhos em uma verdadeira montanha-russa de cores e luz.”
Você pode ter uma ideia do que é o documentário vendo o trailer de 2:00 minutos que o IDFA publicou em seu canal do Youtube.
Eu, particularmente, não consegui entender até hoje como foi que a fórmula original da Polaroid se perdeu quando a fábrica fechou, assunto este inclusive tratado no documentário. Eu estou morrendo de curiosidade para saber como uma coisa tão importante como o sistema Polaroid não tem nenhum registro escrito, um estudo acadêmico, ou até mesmo algum engenheiro químico ex-funcionário que saiba quais são os componentes da fórmula.
Será que alguém detém ainda a patente e não usa nem divulga para o mundo?
A atual detentora da marca Polaroid, antes chamada de Impossible Project, tinha esse nome pois teve que “reinventar” o processo instantâneo do zero, nunca alcançando a meu ver a mesma confiabilidade.
Pena que por essas terras vou ter que esperar o Netflix distribuir o documentário. Será que vai passar em algum festival de cinema por aqui?
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