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Comprar câmeras em São Paulo: Galeria Sete de Abril

Apesar de quase todo o mercado de equipamentos eletrônicos estar migrando para o comércio online ainda existem lojas que resistem ao fenômeno mantendo uma presença física em algum lugar tradicional. Esse é o caso do mercado de equipamentos fotográficos na cidade de São Paulo.

Vista da entrada da Galeria pela Praça Dom José Gaspar

 

Na realidade São Paulo tem mais de uma área de concentração desse comércio. O ponto mais tradicional é o entroncamento da Rua Sete de Abril com a Rua Conselheiro Crispiniano no centro da capital, mas não podemos esquecer a região da Rua Santa Efigênia, também no centro, e a Avenida Paulista com suas “feirinhas”, espaços divididos em boxes e ocupados por vários comerciantes.



Na região mais tradicional de comércio fotográfico da cidade encontramos a Galeria Sete de Abril, construção comercial típica dos anos de 1960. A galeria é formada por três andares de lojas colocadas ao longo de um acesso que vai da Rua Sete de Abril até a Rua Dr. Braulio Gomes, em frente a Praça Dom José Gaspar e a Biblioteca Mario de Andrade. Sua localização permite fácil acesso pela estação de Metro Anhangabaú além de contar com várias linhas de ônibus. A região também conta com muitos estacionamentos comerciais próximos para quem prefere ir de automóvel.

A maior parte das lojas da Galeria fica situada no térreo, sendo que algumas poucas lojas de usados ficam em seu subsolo. O forte das lojas da Galeria é a pronta entrega sendo que é possível escolher, comprar e levar na hora equipamentos novos e usados dos mais diversos tipos.

Escada rolante de acesso ao piso superior

A maioria das lojas trabalha principalmente com as marcas Canon e Nikon, sendo possível também encontrar câmeras e lentes da Fujifilm. Podemos encontrar também câmeras de médio formato, insumos para fotografia analógica tais como filmes e papéis além de assistência técnica para várias marcas. Tripés e equipamentos para estúdio são encontrados em algumas lojas maiores também.



Para encontrar uma lista de lojas da Galeria clique aqui para fazer uma busca pelo google pois é comum que as lojas menos tradicionais mudem de endereço ou encerrem suas atividades sem aviso.

Como a galeria tem um fluxo menor de pessoas é possível passear por ela observando as vitrines, costume muito comum no passado do centro de São Paulo e que os paulistanos esqueceram dada a deterioração dessa região da cidade. Para um visitante de primeira viagem é notável a sensação de abandono e insegurança no centro de São Paulo. A Galeria no entanto ainda tem um ar de porto seguro talvez pela vida que o comércio fotográfico trás ao lugar.

Interior da Galeria Sete de Abril

Um bom momento para visitar A Galeria Sete de Abril é nos sábados pela manhã. O movimento do centro diminui e é muito comum encontrarmos turistas e profissionais de outras cidades e estados procurando algum equipamento fotográfico. É muito interessante ver a variedade de interessados em fotografia que circulam por lá.



A Galeria as vezes é usada como ponto de encontro de “safaris” e caminhadas fotográficas pelo centro da cidade e nesse caso podemos ver pessoas de todas as idades circulando em grupos. Estrangeiros também não são incomuns na Galeria: durante a Copa do Mundo de 2014 era fácil encontrar turistas e profissionais querendo repor alguma câmera avariada ou mesmo roubada.

Objetivas em exposição

 

Em outros tempos eu diria que um bom passeio seria visitar a Galeria Sete de Abril, atravessar a rua e descer a Conselheiro Crispiniano vendo as poucas lojas de câmeras que sobraram (se sobraram) por lá, passar ao lado do Teatro Municipal na Praça Ramos de Azevedo e entrar na Galeria do Rock pela Rua 24 de Maio para ver os tipos mais diversos que circulam nessa região. Depois sair pela Avenida São João e virar na Avenida Ipiranga para enfim visitar a Rua Santa Efigênia onde se concentram outras lojas e boxes de comércio fotográfico e eletrônico. Atualmente fazer esses roteiro é meio problemático pois o mau cheiro e a quantidade de pessoas “largadas” pelas calçadas aliados a sensação de insegurança fazem com que a arquitetura e o panorama cultural surpreendente do centro velho de São Paulo fiquem embotados e passem despercebidos.



Quando eu conto aos mais jovens que nas décadas dos anos 1970 e 80 íamos ao centro da cidade de automóvel estacionando sem dificuldades em frente a Galeria Sete de Abril para ver as vitrinas iluminadas e cheias de câmeras e lentes ao entardecer dos sábados na rua Conselheiro Crispiniano eles me olham com descrença, mas é verdade.

Não devemos esquecer também que o departamento de material fotográfico do Mappin, principal loja de departamentos de São Paulo na época, tinha entrada por essa rua.

Comprar câmeras e equipamentos fotográficos em lojas físicas no Brasil pode parecer um hábito em extinção, dados os custos de manutenção dos negócios e a falta de competitividade que os impostos e as taxas de câmbio nos impõem mas contar com espaços urbanos de comércio especializado ainda é um componente importante para a saúde das cidades. Tomara que a Galeria Sete de Abril continue a fazer esse importante papel.



2 comentários sobre “Comprar câmeras em São Paulo: Galeria Sete de Abril

  • Vendedores que se acham, mau educados. Parece que estão fazendo um favor de te atender. Prefiro mil vezes comprar na Santa Efigenia. Com certeza não vão durar muito mais tempo.

    • Bem, realmente eu já tive experiências ruins por lá, do mesmo tipo que você descreve, mas em duas das lojas da Galeria sempre fui bem atendido e acabei virando freguês assíduo. Agora, realmente na Santa Ifigênia os vendedores só faltam pedir você em casamento, hehehe. Um Abraço.

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