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Fotografando a paisagem através das janelas de um avião

Recentemente um amigo meu usou seu smartphone para fotografar a costa da Namíbia durante um vôo para a África do Sul e a foto ficou muito boa. Foi então que lembrei de algumas fotos que tirei de dentro de um avião numa recente viagem ao Chile e resolvi dar uma olhada para ver o que eu poderia fazer com aquelas imagens.

Na realidade tirei as fotos mais por curiosidade, pois fui reconhecendo a paisagem da região sul do Brasil, além de parte do Paraguai, Argentina e Chile. As condições da janela onde eu estava sentado tanto na ida como na volta não eram ideias, pois estavam meio riscadas e até mesmo embaçadas, mas mesmo assim o avião não caiu, hehehe!

Nuvens de chuva por sobre o Rio Grande do Sul – Ricardo Hage, 2018

 

Então, algum tempo depois, inspirado pela foto aérea da Namíbia, fui “mexer” nas minhas fotos.

Usei um processo simples, velho conhecido meu. Todas as imagens foram tiradas em JPG utilizando um smartphone Samsung Galaxy S7 Plus. Como uso o smartphone acoplado numa Smart Cover a maior parte das fotos tem razão 1×1, ou seja, são quadradas como no Instagram.



Mesmo tendo as imagens gravadas em JPG preferi processar as imagens usando no Photoshop o filtro Camera Raw, pois acho seus controles mas fáceis de usar. Em primeiro lugar apliquei os níveis automáticos e depois, na aba “efeitos”, utilizei o filtro desembaçar.

Cordilheira dos Andes – Ricardo Hage, 2018

 

Ia ajustando os “sliders” (controles deslizantes) para lá e para cã até achar a posição que melhor “revelava” a imagem. Durante esse processo comecei a perceber que havia captado imagens muito interessantes, da qual não havia me dado conta. Em algumas imagens reconfigurei a composição fazendo recortes e “emoldurando” novamente a imagem.

Queimadas nos Pampas Argentinos – Ricardo Hage, 2018

 

Como a maior parte das imagens estava no formato quadrado produzido pela Smart Cover da Samsung, as fotos tinham apenas 9 Megapixels o que não me dava muita margem para cortes. Não queria ficar com imagens muito pequenas, que não pudessem ser impressas com qualidade, pois pensava numa posterior exposição.



A partir daí fui aplicando alguns filtros de filme convencional e alguns cinematográficos, presentes no Plug-in Exposure 3, da Alien Skin.

Os resultados foram surpreendentes. Descobri que havia fotografado desde queimadas nos campos Paraguaios até a Cordilheira dos Andes com o Monte Aconcágua ao fundo.

Quase colisão – Ricardo Hage, 2018

 

Mas as fotos que mais me surpreenderam foram obtidas por sobre o Rio Grande do Sul, onde passávamos por sobre uma densa camada de nuvens. Numa dessa fotos registrei a imagem de um outro Jato passando na rota contrária com seu rastro de vapor e gelo. Fiquei até com medo de colisão, pode?

Enfim, a experiência com as fotos obtidas com meu smartphone completou o registro que havia feito da viagem, pois o celular sempre estava à mão quando ficava impraticável tirar a câmera DSLR da bolsa, caso de um vôo na Classe Econômica.

Logo eu, que tinha jurado que só viajaria outra vez se fosse de “executiva”! A vida é dura…