celulares e smartphones

Um balanço da evolução das câmeras dos smartphones

Você se lembra como eram as fotos que seu smartphone tirava há cinco anos atrás? Você ficava satisfeito?

Talvez você nem tenha guardado essas imagens, pois é possível que você não as considerasse boas o suficiente para despertar algum interesse, sei lá…



Eu guardo até mesmo as fotos que tirei com meu primeiro celular com câmera, que nem smartphone era, mas meu caso não conta pois sou obsessivo com essas coisas. É por isso que não me surpreendi com uma análise publicada pela Dxomark sobre a evolução da imagem produzida pelos smartphones ao longo dos últimos cinco anos.

Comparação da qualidade de imagem de vários modelos de smartphones

 

Utilizando os testes que a empresa tem produzido rotineiramente sobre as câmeras dos smartphones mais importantes, a DXOmark criou gráficos comparando esses modelos à partir do icônico Nokia 808, o famoso smartphone Symbian com sensor de 41 Megapixels. (veja minha matéria sobre esse smartphone aqui)

É interessante que o salto qualitativo na comparação das câmeras dos smartphones atuais tenha chegado praticamente a um empate.

Segundo o relatório da DXOmark, “Não é uma surpresa que cada geração de smartphones da Apple, Samsung e Google seja melhor do que a anterior, mas com a qualidade da imagem atingindo níveis mais altos do que nunca tornou-se cada vez mais difícil fazer melhorias visíveis usando” meios convencionais”.



O que eles querem dizer, segundo o site Petapixel que analisou “a análise”, é que a medida que os fabricantes de telefones começam a atingir limitações físicas na qualidade da imagem devido ao tamanho diminuto que sensores e lentes precisam ter, eles estão começando a recorrer a outros meios alternativos para melhorar as fotos.

A DxOMark então decidiu estudar essas estratégias emergentes, tais coisas como câmeras duplas, empilhamento de quadros fotográficos para melhorar a nitidez da imagem e sistemas de autofoco diferenciados, procurando entender como o desempenho da câmera foi afetado.

 

Tabela de comparação da qualidade de câmeras de smartphone da DXOMark

 

Um caso interessante apontado pelo site é o do iPhone 5s e do iPhone 6, que tem o mesmo hardware no módulo de câmera mas com resultados muito diferentes por causa do software

Enfim, a DxOMark acaba concluindo que ao olhar para os últimos 5 anos de desenvolvimento de câmeras de smartphones, é possível ver que o processamento de hardware e imagem estão evoluindo lado a lado, e a um ritmo muito mais rápido do que no setor de câmeras “tradicionais”.

DSLRs e câmeras Mirrorless ainda estão claramente na frente em algumas áreas como por exemplo, na função de exposição automática, mas em termos de processamento de imagem a Canon, a Nikon, a Pentax e os outros “players” do mercado de câmeras fotográficas estão correndo atrás da Apple, Samsung, Google e Huawei.



Ainda segundo a DxOMark, graças às suas vantagens de hardware as câmeras maiores realmente não precisam do mesmo nível de processamento de pixels que os smartphones para produzir imagens fantásticas, mas não há como negar que a distância de desempenho entre smartphones e câmeras DSLRs está se estreitando.

 

Diferença de qualidade de imagem entre iPhone 5s e 6 apesar do mesmo módulo de câmera

 

E o que eu acho disso? A única coisa que sei é que as imagens produzidas por smartphones estão criando no público consumidor um outro tipo de expectativa do que é uma foto!

Sim, tem gente que já nasceu sem nunca ver uma foto tirada por uma câmera convencional, aquele tipo de imagem com a profundidade de campo causada por uma lente composta por vários elementos sobre um sensor de grandes dimensões, ou mesmo de um filme. Para essas pessoas é fácil aceitar como boas imagens que as vezes, como no caso de muitos smartphones medianos, parecem mais desenhos ou ilustrações do que fotografias, dados os recursos de software utilizados.



Não que eu ache isso ruim, adoro o “look” ilustração em uma foto e até reforço isso no Photoshop em algumas de minhas imagens, mas será que esse padrão irá influenciar o próprio mercado de câmeras convencionais?

Querem saber de uma coisa, eu sou um dos pioneiros na fotografia móvel (posso provar!) e estou dando graças a Deus que já não fico triste por ter perdido aquele momento especial apenas por quê a câmera do smartphone não estava à altura da cena, hehehe.

Caso você tenha interesse veja aqui o relatório completo (em inglês) que a DXOMark fez sobre o assunto. Aproveite!